IEC | Pós-graduação lato sensu PUC Minas

número 133 | 01/07/2022 a 01/08/2022

Destaque

É preciso conter a poluição

Nas últimas duas décadas, óbitos causados pela poluição aumentaram 66% no mundo. Segundo o relatório da Comissão Lancet sobre Poluição e Saúde publicado na revista científica The Lancet Planetary, em maio, a poluição foi responsável por cerca de nove milhões de mortes em 2019 – o equivalente a uma em cada seis mortes em todo o mundo. A professora Lucilaine Valéria de Souza Santos, coordenadora do curso de Engenharia de Controle Ambiental, afirma que vivemos em um momento de efetivas mudanças climáticas e, além de pensar em mecanismos e processos que atuem de forma preventiva, devemos também buscar corrigir as diversas ações humanas que permitiram o aumento da poluição e da degradação ambiental. "A integração da eficiência e da sustentabilidade é mandatória. É importante lembrar que a poluição atmosférica se mostra, hoje, como um dos principais riscos ambientais, trazendo impactos negativos a saúde humana, a economia e a sustentabilidade do Planeta", afirma.


Segundo a professora, em consonância com esse cenário, percebe-se que o mercado de trabalho busca cada vez mais por profissionais que sejam tecnicamente capazes de otimizar os diferentes processos produtivos, mas que também estejam alinhados com as questões ambientais. "É crescente a demanda por transportes sustentáveis, energia limpa, gestão de resíduos e por tecnologias que buscam minimizar o lançamento de CO2", garante.


O estudo da Comissão Lancet sobre Poluição e Saúde reúne as informações mais atualizadas sobre o problema e aponta um cenário global preocupante, indicando que o número de mortes pela poluição permanece praticamente inalterado desde a última análise realizada em 2015. De acordo com o documento, embora tenha diminuído o número de mortes por fontes de poluição associadas à pobreza extrema, como poluição do ar doméstico e da água, essas reduções são compensadas pelo aumento de mortes atribuíveis à poluição industrial, que inclui a poluição do ar ambiente e química. A professora Bárbara Caroline Ricci Nunes, que também coordena o curso de Engenharia de Controle Ambiental, há um mercado para crédito de carbono como forma de compensar a poluição do ar. "Esse mercado consiste em um sistema de compensações de emissão de carbono ou equivalente de gás de efeito estufa. Simplificadamente, isso acontece por meio da aquisição de créditos de carbono por empresas que não atingiram suas metas de redução de gases de efeito estufa (GEE), daqueles que reduziram as suas emissões. Em alguns casos, as empresas que não conseguem alcançar as suas metas devem verificar se é mais vantajoso reduzir as suas emissões com mudanças tecnológicas ou comprar essas permissões de outras empresas", explica.

Oportunidades

Em todo esse processo, ressaltam as professoras Lucilane e Bárbara, há espaço para um profissional antenado, não somente nas questões produtivas e inovadoras, mas também em questões ambientais. "Especificamente, o Brasil se destaca em termos de oportunidades de trabalho e de mudanças nos mais diferentes processos produtivos. Ainda, destaca-se o potencial do nosso país para geração de energia limpa, visto que podemos diversificar ainda mais nossa matriz energética, pois somos privilegiados em termos de extensão territorial e diversidade climática", afirma a professora Lucilaine. "Toda esta mudança pode ser potencializada por meio da integração das políticas públicas e do desenvolvimento tecnológico, o que pode colocar o Brasil, inclusive, em uma posição de destaque mundial. Para isso, faz-se necessário o investimento em pesquisas, além da capacitação profissional", completa a professora Bárbara.

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Diretoria de Educação Continuada da PUC Minas

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