IEC | Pós-graduação lato sensu PUC Minas

número 131 | 07/02/2021 a 31/03/2021

Fala, Professor!

O cenário econômico de 2022 começou com um ponto relevante: a inflação (IPCA) acumulada ao longo do ano de 2021, que chegou ao índice de 10,06% de acordo com o IBGE. Este índice impacta no poder econômico do brasileiro à medida que, dentre outros prejuízos, diminui a renda real dos trabalhadores, cria-se um ciclo vicioso de remarcação dos preços para cobrir custos adicionais da produção de bens e serviços, diminuindo ainda mais o poder de compra/investimentos daqueles com renda entre 1 e 40 salários mínimos mensais.

Desta forma, temos um desafio para a política econômica da atual gestão, o qual poderá se estender para a nova mandatória presidencial a partir de 1 de janeiro de 2023, ou seja, a correção dos valores de referência da tabela que rege a alíquota para cálculo de pagamento do Imposto de Renda.

Nesse contexto de disputa eleitoral, vale a aposta na correção da tabela do Imposto Renda como tema forte dos presidenciáveis. Tal correção se faz necessária para resgatar e manter o poder de compra da renda média da população brasileira. De acordo com estimativa calculada pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional),  mais de 15 milhões de brasileiros deixariam de pagar Imposto de Renda sobre o ano-calendário 2022, caso a tabela fosse corrigida pela inflação acumulada desde 1996, aumentando a faixa de isenção. Segundo a entidade, brasileiros que ganham até R$ 4.400 ao mês deveriam ser isentos do pagamento do IR. Hoje, a isenção é só para quem ganha até R$ 1.903,98. A defasagem da tabela do Imposto de Renda chegou a 134,5%, indica a associação.                  

Portanto, em ano eleitoral e com diversos desafios econômicos financeiros pela frente, a correção das faixas de renda x alíquotas deverá ser uma das premissas de qualquer governo que deseje melhorar o poder de compra dos brasileiros e, consequentemente, melhorar o desempenho da economia, principalmente, via consumo. Não obstante, o controle da inflação em níveis inferiores ao observado no ano de 2021.

Professor: Laenderson Luiz Fernandes.

Economista/Contador.

Especialista em Gestão Financeira/Tributária.

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Diretoria de Educação Continuada da PUC Minas

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