IEC | Pós-graduação lato sensu PUC Minas

número 129 | 18/10/2021 a 18/12/2021

Destaque

PCD: Incluir não é favor, é direito.

São pelo menos 17,3 milhões de pessoas com algum tipo de limitação relacionada às suas funções e quase 70% não chega a concluir o ensino fundamental no Brasil. Essa é uma das constatações de um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que faz parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) divulgada em agosto. O levantamento traz a realidade de pouca escolaridade da grande parte dos cidadãos com alguma deficiência. 67,6% das pessoas com deficiência não possuem instrução ou mesmo concluíram o Ensino Fundamental, contra 30,9% daqueles sem deficiência, número que já seria alto. Apenas 5% terminam a faculdade, também segundo o IBGE.

Para a professora Nivânia Maria Melo Reis, que atua no curso de Educação Inclusiva e Atendimento Educacional Especializado do IEC PUC Minas, quando um estudante com necessidades especiais está integrado à turma comum o ganho é para todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. “ A educação inclusiva garante a todos nós como sociedade uma aprendizagem mais humanizada e dentro da diversidade intrínseca à humanidade”, afirma. A professora explica que diversos estudos já comprovam o quanto a educação inclusiva é positiva. “Por meio da colaboração de toda a escola, funcionários podem compartilhar ideias e estratégias para enfrentar os desafios específicos, vivenciados individualmente por alunos com e sem deficiência”, explica.

A professora defende ainda os efeitos positivos de toda a comunidade escolar com a inclusão. Ela cita um ganha-ganha, principalmente uma lição de cidadania e compreensão das demandas do outro e respeito às diferenças. A professora Nivânia apresenta cinco benefícios da inclusão para alunos sem deficiência:

  1. Redução do medo das diferenças humanas, acompanhada por um maior conforto e consciência (menos medo de pessoas com aparência ou comportamento diferentes);
  2. Crescimento da cognição social (aumento da receptividade aos outros, comunicação mais eficaz com todos os colegas);
  3. Melhorias no autoconceito (aumento da autoestima, do status percebido e da sensação de pertencimento);
  4. Desenvolvimento de princípios morais e éticos pessoais (menos preconceito, maior capacidade de responder as necessidades dos outros);
  5. Amizades carinhosas (Staub & Peck, 1995).

 

Diversidade na prática

“Passei a observar se existiam outros colegas à minha volta que também possuíam algum tipo de deficiência e também como era a acessibilidade desde a entrada do estacionamento até o meu posto de trabalho”. O olhar do estudante do curso de pós-graduação em Diversidade e Inclusão nas Organizações do IEC PUC Minas, Eduardo Cançado Dias, mudou há seis anos. Hoje, com 48 anos, sofreu um acidente aéreo e perdeu os movimentos das pernas.                                        

Após um acidente aéreo, tornou-se dependente de cadeiras de rodas para o resto da vida. Foi a consequência de uma lesão medular que afetou a mobilidade/sensibilidade das pernas e dos pés.  “Assim começava minha jornada de total transformação de valores e desafios em minha vida”, conta. Casado e pai de um menino de sete anos,  antes do acidente trabalhava de carteira assinada em uma empresa de engenharia. “Após os primeiros 15 dias, fui afastado pelo INSS, perdendo assim minha fonte de renda sendo eu na época o provedor do lar”, conta.                                

Pelo afastamento, foi desligado de sua empresa. Após o período de reabilitação, agora andando com o auxílio de muletas, conseguiu seu reposicionamento no mercado. “Já recuperado, tive a oportunidade de voltar ao mercado de trabalho, primeiramente por dois anos em uma empresa do ramo de energia e distribuição e após em uma empresa da área de mineração (aonde trabalho atualmente) já entrando como PCD no sistema de cotas da empresa”, ressalta.

 

 

 Eduardo Cançado.

 

Para ler mais sobre a pesquisa do IBGE sobre as pessoas com necessidades especiais e a escolaridade no Brasil, veja em O Globo, que divulgou os dados em primeira mão AQUI. 

 

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Diretoria de Educação Continuada da PUC Minas

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