IEC | Pós-graduação lato sensu PUC Minas

número 128 | 23/08/2021 a 15/10/2021

Destaque

Carreira Esportiva: os desafios da alta performance

Michael Phelps é o maior medalhista olímpico da história.
Michael Phelps é o maior medalhista olímpico da história.

Dedicação total. Essa é a realidade dos atletas que tem o esporte como profissão. São treinos, preparação física, mental e muita técnica. Sem falar na necessidade de financiamento e patrocínio. São muitos os desafios para quem deseja se tornar um atleta profissional de alto desempenho e vamos abordar o tema com professores da Universidade. Para o professor Bruno Teobaldo, que atua no curso de pós-graduação em Treinamento Esportivo: da iniciação ao alto rendimento, a rotina de um atleta de alto rendimento é extensa e intensa. São treinos e cuidados que compreendem todas as variáveis que compõem o rendimento esportivo: psicológica, física, técnico, táticas, nutricionais e medicas. Tudo para que se atinja um nível máximo de performance”, detalha. Para otimizar seus resultados, segundo o professor Bruno, o atleta de alto rendimento deve treinar de maneira eficiente. “Deve-se encontrar o equilíbrio ótimo entre quantidade e qualidade. Nem sempre treinar 50 horas  por semana vai gerar benefícios, por exemplo.”, completa. 

O professor do curso de Educação Física da PUC Minas, César Castilho afirma que o atleta tem, em seu corpo, o seu instrumento de trabalho. "O atleta deve se preocupar com prevenção de lesões, recuperação, qualidade de sono, alimentação regrada e tudo o que gira em torno do maior bem do atleta: o próprio corpo. Hoje falamos muito em uma ciências do esporte que foque na prevenção. Não temos mais aquele princípio de um treino exaustivo." A rotina é muito controlada, inclusive no que foge do treinamento e pode influenciar na performance. Ele ressalta que nesse contexto atuam atletas, treinadores, clubes, federações, etc.

Gabriel Rodrigues Guariento, praticante de basquete, e aluno do curso de graduação em educação física. Ele, que treinou basquete dos 11 aos 18 anos, teve que optar entre a graduação ou a dedicação total ao esporte. “Não estava conseguindo conciliar as duas atividades”. A disciplina sempre foi a grande aliada na rotina do jogador. “É uma rotina corrida. Chegava da Universidade, almoçava e já ia para os treinos de quadra que começavam 14h. Tinha que seguir à risca as orientações dos profissionais da saúde envolvidos no treinamento, nutrição, fisioterápico e cuidado geral com o corpo. Ao realizar todas as tarefas todos os dias e torná-las um hábito, a excelência é questão de tempo.” Em relação à saúde mental, Gabriel sempre teve como prioridade, com a mesma importância dos treinos e da dieta, por exemplo. “É essencial falarmos na saúde mental dos atletas. Sempre houve esse excesso de cobrança e de performance, mas nunca falamos sobre. Só atletas mais saudáveis são capazes de alcançar e manter o alto rendimento por mais tempo”, conclui.

SAÚDE MENTAL DOS ATLETAS

“O esporte de alto rendimento é muito cruel. Ou você está em primeiro lugar ou ninguém sabe que você existe”, afirma o professor César Teixeira Castilho.

O professor do curso de Educação Física da PUC Minas, César Castilho, explica que não se deve olhar um atleta como heróis ou heroínas. “O sujeito é muito mais do que um atleta. Todos têm suas angústias, particularidades e precisam de olhares atentos para além do jogo e da necessidade por vitória”, diz. Exemplos como o da ginasta Simone Biles, que de repente - para alguns, de forma chocante - decidiu que não continuaria na disputa pelas medalhas em Tóquio expõe como o esporte de alto rendimento pode ser cruel. “Somos seres humanos. Ninguém é perfeito. Então, sim, está tudo bem não estar bem”, declarou Biles à época em entrevista. “A forma como se olha para esses atletas muitas vezes minimiza o esforço que é viver o esporte em sua integralidade. É preciso olhar essa questão com muita crítica, afinal, não basta querer ser um atleta ou ganhar uma medalha. O esporte de alto rendimento é cruel, seletivo e são pouquissimas pessoas que conseguem chegar ao nível olímpico. A questão psicológica tem sido chave”, detalha o professor Castilho.

Outro ponto destacado pelo especialista é a exposição dos atletas nas redes sociais e a pressão familiar. “Muitos atletas começam ainda crianças seus treinamentos e deixam de viver fases da infância ou adolescência por causa do esporte. Estão sempre sob pressão e até sob constante assédio moral. Um outro problema é a exposição que as redes sociais trazem para os atletas, sendo alvo de críticas constantes. A pressão, portanto, acaba vindo por todos os lados. Falar do aspecto psicológico no esporte é importantíssimo e, muitas vezes, parece que não existe quando atletas são vistos como super homens e super mulheres. São pessoas que também falham como todos os outros seres. Pais e mães também devem pesar a pressão que colocam em seus filhos”, alerta.

Segundo o COI (Comitê Olímpico Internacional) os maiores atletas dos Jogos Olímpicos são: 

01 – Michel Phelps

Estados Unidos - Natação

28 medalhas: 23 ouros | 8 pratas | 2 bronzes

02 – Larisa Latynina

União Soviética - Ginástica artística

18 medalhas: 9 ouros | 5 pratas | 4 bronzes

03 – Paavo Nurmi

Finlândia - Atletismo

12 medalhas: 9 ouros | 3 pratas

04 – Mark Spitz

Estados Unidos - Natação

11 medalhas: 9 ouros | 1 prata | 1 bronze

05 – Carl Lewis

Estados Unidos - Atletismo

10 medalhas: 9 ouros | 1 prata

 

 

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Diretoria de Educação Continuada da PUC Minas

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