IEC | Pós-graduação lato sensu PUC Minas

número 132 | 05/04/2022 a 30/05/2021

Em dia com o Mercado

A educação como caminho profissional

 

Quem escolhe ser um educador sabe o poder que a educação tem na transformação da vida das pessoas. Para contar um pouco sobre os caminhos dessa escolha e sobre a sua experiência profissional, convidamos dois profissionais e alunos da Pós PUC Minas. Kossi Pierre Batcho Kadoté, 30 anos, e Desirée Otoni de Oliveira, 25 anos. Ambos são estudantes da pós em Psicopedagogia: atuação em contextos educativos.

Conheça os nossos alunos:

Desirée Otoni de Oliveira Pedra , 25 anos, atua como Intérprete de Libras educacional e professora da educação infantil, sendo formada em pedagogia pela PUC Minas. Kossi Pierre Batcho Kadoté tem 30 anos e nasceu em Costa do Marfim. Com origens paterna e materna na República do Benim, é religioso escolápio e atuou na área da educação em diversos países, como Costa do Marfim, Senegal e Brasil. Formado em Filosofia e Teologia,  acompanha crianças e adolescentes através de atividades como retiros escolares, reforço, catequese e atuação em centros socioeducativos.   

Vamos falar sobre educação? 

 Por que escolheu atuar na área da pedagogia?  Como está a experiência na educação continuada do IEC PUC Minas ?

K - Gosto da educação e sou membro de uma congregação dedicada à ela. Atuo também em contextos educativos desde a formação. Minha experiência está sendo ótima na pós-graduação em Psicopedagogia pela PUC Minas, pois na formação acadêmica, reflito os desafios com os quais deparo em meu trabalho e vislumbro possibilidades de intervenção na realidade, junto à comunidade educativa: alunos, educadores e famílias.

D - Escolhi o curso em virtude do meu interesse em trabalhar na área da educação inclusiva. Acredito que a atuação do psicopedagogo é essencial para favorecer a aprendizagem de sujeitos que possuem dificuldade de aprendizagem, seja em virtude de alguma deficiência ou não. Acredito que minha experiência no curso foi muito positiva, pois me ajudou a ver o sujeito por suas potencialidades. Hoje compreendo que todas as pessoas aprendem, o que precisamos é criar estratégias para estimular e favorecer a aprendizagem.

 Como você vê os desafios e a importância da área da educação  no Brasil?

K - Destaco como desafio a valorização da área da educação, principalmente dos profissionais que atuam nessa área. Há uma necessidade de investimento nas estruturas educativas e melhoras nas políticas públicas. A importância da área da educação no Brasil é continuar sendo o pilar fundamental do desenvolvimento da sociedade brasileira, sendo ferramenta essencial de valorização de seu patrimônio humano. Deve seguir na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e de paz, pois é ela que nos faz ser aquilo que somos.

D - A educação é essencial! Se queremos melhorar nossa vida em sociedade, não podemos ignorá-la. Paulo Freire nos ensinou que “a educação não muda o mundo, ela muda as pessoas e as pessoas transformam o mundo”. Se queremos acreditar em dias melhores não podemos abrir mão de uma educação humana, dialógica, justa, inclusiva e libertadora. Temos muitos desafios, melhoria da qualidade do ensino, valorização dos profissionais, favorecer uma educação verdadeiramente inclusiva. Acredito que, enquanto sociedade, precisamos lutar pela melhoria da qualidade da educação no Brasil.

 Como promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, dos que mais precisam?

K - Responder a essa pergunta como religioso é apontar para o Pacto Educativo Global, apresentado pelo Papa Francisco. É uma proposta de valorização do sujeito e de práticas educativas que promovam a solidariedade e o desenvolvimento do ser humano, a dignidade e equidade de direitos, a promoção da ecologia integral e, por fim, uma forte cultura de transformação social, defendendo, sobretudo, a educação pública com qualidade social.

D - Acredito que devemos ter consciência de que uma educação pautada apenas pelo valor econômico e na formação para o mercado de trabalho, é capaz de propiciar conhecimentos significativos, mas é incapaz de favorecer uma formação integral, crítica e com compromisso social. A educação deve contemplar a TODOS, esse é o principio de nossa Constituição, portanto, devemos ter o compromisso de formar TODOS esses sujeitos a fim de favorecer o desenvolvimento humano integral, não só cognitivamente, mas também nos aspectos biológicos e socioemocionais.

 Como garantir os princípios da diversidade e da inclusão social nos diferentes contextos educativos existentes?

K - O espaço educativo comum se destacará fundamentalmente por ter os princípios da diversidade e da inclusão quando, no seu DNA, reconhece e valoriza as diferenças. Devemos lutar contra práticas discriminatórias, segregacionistas e garantir a todos os seus direitos de aprender de forma permanente com qualidade. É preciso reconhecer que cada um tem seu processo educativo, sem discriminação de gênero, religião e condição social.

D - A diversidade e a inclusão social são práticas que devem estar presentes não só em todos os níveis, etapas e modalidades educacionais, mas na sociedade como um todo. Para isso devemos praticar o respeito, a empatia pelo outro, e acreditar que TODOS são capazes, o que precisamos é criar meios e condições para isso.

 Para você, qual o real significado de uma educação - de fato - libertadora?

K - Todas as sociedades concordam que a educação nos prepara para a vida madura, eis a essência do fazer educativo. É a educação que leva as ferramentas necessárias para construir no indivíduo e na sociedade a consciência de uma cidadania comprometida com a paz e a fraternidade.

D - Uma educação libertadora é aquela que considera o contexto social em que o educando está inserido e além disso promove uma formação crítica, humana, com compromisso social.

 

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Diretoria de Educação Continuada da PUC Minas

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