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Educação: um aprendizado de vida

Em 2022, a Campanha da Fraternidade, realizada anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no período da Quaresma, aborda o tema "Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26). É a terceira vez que a Igreja no Brasil vai aprofundar o tema da educação em uma Campanha da Fraternidade. Desta vez, a reflexão será impulsionada pelo Pacto Educativo Global, convocado pelo Papa Francisco. 

Para compreender a importância da discussão e o papel dos atores sociais no contexto educacional, convidamos os professores Junior Vasconcelos do Amaral, do Curso Teologia Pastoral, e a professora Andreia dos Santos, do Departamento de Ciências Sociais e da disciplina Juventude e Mundo Contemporâneo, no curso de Formação de Professores.

Fraternidade e educação

O professor Junior Vasconcelos do Amaral, do Curso de pós em Teologia Pastoral, explica a importância de um pacto pela educação. ”Precisamos unir forças para cooperar com uma educação crítica, consciente e capaz de levar o ser humano à percepção de seu papel na sociedade. A educação é base para a construção de uma sociedade mais humana e solidária. Investir em projetos e processos educacionais é pensar na autonomia do sujeito humano, em seu agir consciente e inclusivo. Todos precisam ser acolhidos em suas diversidades e pensamentos”, afirma.  O lema da CF desse ano é “Fala com sabedoria, ensina com amor”. O professor explica que o processo educacional passa pelo processo pedagógico humanizador e capaz de criar autonomia. “O ser humano se humaniza nas relações, mas é a educação que potencializa a arte e a cultura, os conhecimentos adquiridos, e elabora o processo de subjetivação, sendo capaz de tornar cada um e cada uma sujeito, que se coloca nas relações, se integra e forma comunidade. O ser humano é um ser vocacionado para as relações e a educação é um entretecimento de relações”, define             

Falar da educação também é abordar o peso do serviço pastoral junto às escolas, universidades, centros comunitários e outros espaços educativos. O professor Junior pontua: "é a oportunidade de a Igreja contribuir com seu lugar de fala, com seu conhecimento, à luz do Evangelho da vida com a realidade educacional do Brasil. A educação formal e informal podem ser acompanhadas pela presença da Igreja, de seus ministros e evangelizadores, a partir dos valores humanizadores da fé, à luz da mensagem de Jesus, que vem para que todos tenham vida e vida em plenitude (cf. Jo 10,10b)"conclui.

A educação no Brasil

Para a professora Andreia,  pensar a realidade educacional brasileira atualmente é muito importante.  “As políticas de Educação em nosso país foram desidratadas nos últimos anos. Não deixaram de existir, mas também não alcançam o público a que se destina, de forma eficaz. Nesse sentido, os desafios enfrentados para que possamos implementar uma educação libertadora, passa, não apenas pela escola, mas também por toda a sociedade, na cobrança de uma educação de qualidade”, considera. Ela lembra também a importância do compromisso com o aluno.

“Um dos desafios postos em sala de aula diz respeito aos alunos, que querem aulas dinâmicas e que ensinem o mundo. Já perceberam que a escola de hoje não mais atende aos anseios e curiosidades que possuem sobre a vida cotidiana”, afirma.  Outro agente fundamental é o estado brasileiro. “Ao Estado, que gerencia e coordena as atividades de educação, seja no âmbito federal, estadual ou municipal cabe um compromisso de gestão democrática da educação, que permita de forma verdadeira o desenvolvimento de uma sociedade que de fato contribua, de forma libertadora, para o desenvolvimento sociocultural dos cidadãos”, conclui.  

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Diretoria de Educação Continuada da PUC Minas

imprensaiec@pucminas.br | (31) 3131-2824