IEC | Pós-graduação lato sensu PUC Minas

número 127 | 15/06/2021 a 15/08/2021

Fala, Professor!

O cérebro aprendiz e o protagonismo da ciência

Como a atividade cerebral pode ser usada na melhoria do processo de aprendizagem dos alunos? Para responder essa e outras questões na relação entre a neurociência e a educação, a 7ª edição do evento Neurotópicos trouxe a apresentação do professor e pesquisador Roberto Lent, referência nacional e internacional na área de Neurociências. O evento on-line aconteceu em maio e faz parte das atividades do curso de pós-graduação em Neurociência e Educação: bases neurofisiológicas do aprendizado.                                                                        

Em sua apresentação, o professor Roberto defendeu que o objetivo da ciência voltada para a educação é tentar estabelecer uma ponte entre dois mundos que ficaram distanciados durante décadas. "O mundo da educação e da ciência devem andar juntos", afirmou. O pesquisador é médico, pós doutor pelo MIT-EUA, professor emérito da UFRJ, pesquisador A1 do CNPq, membro titular da Academia Brasileira de Ciências e pesquisador do IDOR. A professora Flávia Lage, coordenadora do curso de Neurociência e Educação: bases neurofisiológicas do aprendizado explica que a intenção do Neurotópicos é sempre compartilhar conhecimento e atuar na divulgação científica.

Como encantar os alunos?

Outro ponto abordado foi a neuroplasticidade transpessoal, que ajuda na compreensão da individualidade do processo de ensino e aprendizagem. O pesquisador explicou que a empatia entre aluno e professor é fundamental. "Para o aluno, o conteúdo que está sendo passado em uma aula é tão importante quanto o contato face a face com a professora. A expressão, a emoção e o entusiasmo do docente são essenciais". Ele explicou também sobre o conceito e a importância da Pesquisa Translacional, que envolve um ecossistema convergente de várias disciplinas inspiradas por demandas sociais. "Um dos exemplos bem sucedidos do uso desse ecossistema é a área de pesquisa em Saúde", afirma.

No entanto, apesar das boas experiência da Saúde, na área da Educação, segundo o pesquisador, ainda falta ciência. Um dos exemplos dessa falta de avanços na educação brasileira é o baixo rendimento do Brasil em relação ao índice Pisa. Trata-se do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes: um estudo comparativo internacional realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para o professor, o correto seria um ecossistema de disciplinas em confluência para a área da educação em uma tentativa de convencimento social por um esforço de fomento à pesquisa translacional inspirada pelos problemas da educação brasileira.

Como avaliar os resultados da educação?

O pesquisador alertou para a importância da ciência na criação das políticas públicas para a educação. "Se uma intervenção na educação não tem base científica, a efetividade dessas políticas só poderá ser medida daqui a dez anos". Ele defende a intervenção na educação baseada na ciência e a avaliação dos resultados dessas políticas com metodologias rigorosas. A intervenção baseada na metodologia científica reduz a taxa de risco.                         

Outros temas abordados na apresentação do professor foi a resposta a uma pergunta pertinente no momento da pandemia. Como avaliar a efetividade do regime letivo remoto? Segundo o pesquisador, o modelo de pesquisa translacional é o que deve nortear essas pesquisas para que se tenha um melhor entendimento da questão a ser respondida.

Assista à palestra completa:

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Diretoria de Educação Continuada da PUC Minas

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