IEC | Pós-graduação lato sensu PUC Minas

número 121 | 01/06/2020 a 01/07/2020

Em dia com o Mercado

O bom filho à casa torna

Especialista em fusões e aquisições de empresas, Eric Nahum atua há um ano no Escritório de Advocacia Lacerda, Diniz e Sena. Antes disso, ele atuou por 4 anos no setor jurídico corporativo da maior empresa oncológica da América Latina. Além de advogado, é professor de pós-graduação no IEC PUC Minas, onde leciona em um dos cursos que foi aluno. Nahum cursou duas pós-graduações no IEC e, recentemente contratado pela instituição, teve a possibilidade de estrear as aulas em ambiente presencial para viver agora a experiência de lecionar remotamente, ao vivo, na plataforma destinada a este fim.

Acostumado a lidar com o público presencialmente, Nahum viu sua rotina ser alterada, como a grande maioria das pessoas, pelo isolamento social. Apesar de o “face to face” ser uma característica bastante enraizada em ambas as profissões, ele acredita que a tecnologia sirva para nos auxiliar em momentos como este: “com o passar do tempo, e agora acelerado pela pandemia, o advogado vem modernizando a sua atuação, utilizando-se de ferramentas de tecnologia que estreitam ainda mais a proximidade com o cliente. Como professor do IEC, conto com uma estrutura tecnológica fantástica, que proporciona uma experiência muito bacana para o aluno e para o professor”, conta.

Para ele, a situação atual vem trazendo aprendizados que alterarão os modos de lidar com o trabalho, com o cliente e, especialmente, com a forma de olhar para o outro. Este e outros assuntos podem ser conferidos nesta entrevista:

 

 

Sempre atuei na área consultiva empresarial, logo, a minha atuação costuma ser bem próxima do cliente, seja ele pessoa física ou jurídica. Na nossa área já era bastante comum a utilização de videoconferências e call conferences, e isso viabiliza reuniões, inclusive, com clientes internacionais. No escritório temos uma cultura moderna e trabalhamos preocupados com as pessoas que fazem parte do time! Essa opção do home office, por exemplo, já vinha sendo estudada e, curiosamente, começaria no mesmo período que se iniciou o processo em massa de home office por todo o Brasil.

Vale dizer que o momento é igual para todos, logo, é uma adaptação vivida por todas as partes, tanto para clientes quanto para prestadores de serviços. O importante é sempre buscarmos um estreitamento com os parceiros, entender a forma como tratamos nossos clientes, e propiciar a melhor experiência que ele poderia ter naquele momento, já que o contexto tende a puxar para pensamentos negativos. 

Eu costumo olhar as adversidades como oportunidade de crescimento e amadurecimento. No escritório, usamos essa situação para unir forças e nos aproximar dos clientes, desenvolver meios de comunicação que facilitassem o entendimento do cliente das seguidas, e muitas vezes diárias, alterações legislativas, reavaliar procedimentos e, felizmente, conseguimos ter um feedback muito positivo dessas medidas. Hoje em dia o Board das empresas vem sendo ocupado por uma turma cada vez mais nova e extremamente competente, que tem a tecnologia muito presente em seu dia a dia. Além disso, buscam uma linguagem mais simples e objetiva, sem perder a tecnicidade. Acho que tudo foi colocado em voga nesse momento. Do ponto de vista pessoal, ficar isolado é uma situação, no mínimo, reflexiva. Nos primeiros dias passei por um processo de adaptação, que logo foi superado e a rotina passou a ser cada vez mais intensa e desafiadora.

Certamente, essa situação trará uma reflexão em relação àquela velha advocacia, cercada de pilhas e pilhas de papeis, com termos extremamente complicados, voltas e voltas até chegar a um ponto comum. Essa metodologia está ultrapassada. Hoje as pessoas buscam informações rápidas, seguras e claras. Todo mundo tem um smartphone da palma da mão e consegue resolver em minutos questões que antes demorariam horas, dias, meses e até anos.

Outro ponto muito importante diz respeito ao relacionamento com o cliente, com os colegas de trabalho e com as pessoas de nossa convivência. Acredito que as pessoas estarão mais preocupadas com o próximo e que, além disso, buscarão se aproximar (mesmo que de forma digital) mais umas das outras.

A preocupação com a qualidade das entregas, o contato próximo com os clientes, entender o que ele está passando... Precisamos ser um ombro amigo e ouvir a dor do cliente, pensar fora da caixa e trazer para ele uma luz, uma esperança, não só como advogado, mas também, como um parceiro. Sendo assim, essa utilização forçada de meios tecnológicos, de melhoria de processos, de desenvolvimento de pessoas, de proximidade com colegas e clientes, sem dúvida criará um legado muito positivo para a profissão!

Fui aluno do curso de Pós-Graduação em Direito de Empresa no ano de 2016, o mesmo curso onde hoje dou aula, curiosa e felizmente. Ao me formar na pós, recebi o convite do Professor Rennó para ministrar algumas aulas no Grupo de Estudos em Direito Empresarial da PUC. Acredito que minhas posturas em sala de aula, como aluno, e depois, no Grupo de Estudos, tenham sido diferenciais para o convite. Gosto de trazer casos práticos, dinâmicas, discussões, provocar no aluno aquela chama que um dia eu senti ao iniciar os estudos da matéria de Fusões e Aquisições, e que até hoje ela cresce.

Tento trazer para as aulas, ainda, conteúdos que fogem um pouco da minha disciplina, como técnicas e abordagens de negociação, inteligência emocional, contabilidade, governança e alguns outros pontos. Não sou do tipo que tem medo de compartilhar informação, o mercado tem lugar para todo mundo e eu ficaria muito feliz em um dia poder sentar do lado, ou do lado oposto de um aluno em uma mesa de negociação e, além disso, fechar um Deal vendo que ele usou coisas que um dia ensinei.

Acho muito louvável a preocupação da instituição em manter as aulas e primar por uma qualidade de ensino e aprendizado inquestionável. Eu costumo dizer na linguagem das operações de fusões e aquisições que o “o Deal é do cliente”, logo, quem tem que ficar feliz no final do dia é ele. Eu vejo muito isso no IEC: a preocupação de todos para que os alunos, no final do dia, tenham uma experiência muito próxima do que seria o modelo contratado por ele.

A pós-graduação é uma oportunidade de aprender novos conteúdos, ter contato com profissionais de mercado e viver coisas novas. Isso tudo te possibilita várias reflexões sobre a matéria, sobre a carreira, sobre o que você pode entregar e onde você quer chegar. Além disso, é um incremento para o seu currículo e, principalmente, para a sua formação. Vale dizer que o Direito está cada dia mais especializado, com profissionais especialistas na matéria e acumulando, ainda, conhecimentos em áreas externas ao Direito, como finanças, contabilidade, gestão e afins. Quanto mais você se qualificar, mais competitivo você irá se tornar.

Eu sou um pouco suspeito para falar né? Fui aluno de dois cursos do IEC (Direito de Empresa e Direito Corporativo) e isso me abriu muitas portas. Se eu pudesse fazer um resumo sobre a relevância de uma pós-graduação, diria que o mais importante dela não é tão somente o conteúdo técnico que você irá aprender, mas sim, as reflexões e provocações que ela vai te proporcionar. Isso sim fará com que você mude o seu patamar.

Sem sombra de dúvidas, para acreditar no potencial de vocês e se dedicarem para subir um degrau dia após dia. A advocacia é uma profissão muito bacana e que possibilita um leque de opções muito grande. O advogado está presente em todos os momentos da vida de uma pessoa, seja ela física ou jurídica, e o mercado tem espaço para todo mundo!

Outro ponto muito importante é escolher um lugar para trabalhar cujos valores sejam próximos dos seus. Estar em um lugar em que você acredite no trabalho e nas pessoas é fundamental para a motivação, pois nem todos os dias serão só de alegrias, ainda mais no começo.

Para finalizar, além de qualificações técnicas como é caso de uma boa pós-graduação, acho importante uma outra questão para formação de um bom profissional. A advocacia, assim como nossa vida, é uma construção constante de pontes, ou seja, relações e contatos construídos ao longo do tempo são muito importantes. Apesar de nunca sabemos quando precisaremos delas, deixá-las construídas de forma sólida são boas apostas para, quando menos esperar, poder utiliza-las com segurança.

 

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Diretoria de Educação Continuada da PUC Minas

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