IEC | Pós-graduação lato sensu PUC Minas

número 110 | 04/12/2018 a 31/12/2018

Em dia com o Mercado

Parceria: da sala de aula para o mercado

Ricardo Donato e Marcelo Batista conheceram-se em um congresso internacional sobre design, na Argentina. Pouco tempo depois, em 2010, os dois foram colegas no curso Processos Criativos em Palavra e Imagem. No início deste ano, a dupla lançou a Tropical, escritório de design que rejeita o lugar comum e foca na criação como processo e não como resultado. Conheça a trajetória dos sócios e sabia em que medida os processos criativos permeiam as suas atividades profissionais:

1) Em que medida o curso ajudou vocês na carreira profissional?

Ricardo: O curso aguçou a percepção e a análise crítica na construção imagética/textual, pois ele ressaltou muito a importância do processo criativo (individual e/ou metodológico) na configuração de conceitos e narrativas.

Marcelo: Eu já estava passando por um processo de design autoral, de trabalhar com do it yourself. Então, estar com contato com outras pessoas e criar esse networking ajudou bastante na carreira, além de dar uma base para me aventurar mais nos processos e menos nos resultados, que é o a maioria das empresas pedem. Então, o curso foi fundamental para abrir a cabeça para projetos mais experimentais, nos incentivando a experimentar e testar linguagens novas, formas de apropriação diferentes do que é o comum no mercado.

2) Quando vocês lançaram a Tropical Design Club? O que ela traz de diferente para o mercado e qual a associação vocês fazem com o curso?

Ricardo: Lançamos a Tropical no início de 2018, com desejo de trazer a brasilidade para o design. Nosso propósito é transformar a realidade ao redor, promovendo pluralidade, igualdade e criatividade horizontalmente. Sendo assim, posso dizer que o curso acrescentou, de maneira poética e inclusiva, um espaço de diálogo com os corpos e a cidade. Essa relação está muito presente no nosso trabalho.

Marcelo: Já havia mais ou menos um ano, um ano e meio que nós dois trabalhávamos como freelancers, realizando vários projetos em parceria. Temos uma sintonia na forma que encaramos o design e resolvemos trazer um pouco dessa visão para o mercado. A proposta é trabalhar o olhar brasileiro longe dos clichês, longe dos estereótipos do mercado publicitário, que contivesse em seu conceito uma pegada forte do “feito à mão. Eu tenho uma afinidade com a questão do comportamento e a cultura, especialmente jovem, o que me possibilita trabalhar bastante com o universo da moda. Já o Ricardo tem uma visão muito mais racional do design gráfico no seu estado de arte. Essa junção tem sido legal para a gente experimentar novas linguagens, firmar um propósito de transformar a realidade ao nosso redor de forma criativa, igualitária e plural com foco na concepção criativa e na direção de arte, que fica evidente nos nossos projetos e nos cursos e nas palestras que oferecemos

3) Porque estudar processos de criação?

Ricardo: Penso no processo de criação como algo bastante característico (próprio do indivíduo). Com isto, não quero dizer que não possa ser compreendido, ou melhor, aperfeiçoado e embebido em outras experiências interpessoais — são as trocas que fazem toda a diferença.

Marcelo: É importante ter a visão de que o processo é algo que precisa ter o seu valor reconhecido dentro da cadeia de desenvolvimento, seja de um produto, de uma estratégia, de qualquer criação, artística ou comercial. O processo, muitas vezes, é o que guia as nossas experiências e amplia a nossa visão para percebermos coisas que estavam disponíveis ao nosso redor e que, caso não estivéssemos imersos em seus fundamentos, não conseguiríamos desenvolver a capacidade de absorver a realidade para transformá-la.

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Diretoria de Educação Continuada da PUC Minas

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