Professor Wanderley Chieppe Felippe
Pró-reitor de Extensão

Integração universidade e sociedade

“A melhoria da qualidade acadêmica de nossos cursos de graduação e de pós-graduação está intrinsecamente relacionada à articulação entre ensino, pesquisa e extensão.” Orientado por essa certeza, o pró-reitor de Extensão, professor Wanderley Chieppe Felippe, coordena as práticas extensionistas na PUC Minas, buscando o diferencial na formação dos alunos e, ao mesmo tempo, fortalecendo vínculos, no intercâmbio de saberes entre academia e sociedade.

Como o senhor dimensiona a presença da extensão na PUC Minas hoje?

Nos últimos anos, a Extensão Universitária na PUC Minas tem aberto novas perspectivas, aprimorando seu caráter acadêmico, como a publicação de vários livros e cartilhas escritos e organizados por professores, alunos e funcionários vinculados aos projetos e aos núcleos temáticos da Pró-reitoria de Extensão (Proex). Somente em 2012, houve a publicação de cinco livros, com foco em temáticas distintas como meio ambiente, juventude, protagonismo juvenil e política, jogos pedagógicos e metodologias de intervenções em realidades diversas. Assim, buscamos disseminar o fazer da extensão a partir de seu caráter inter e multidisciplinar e com a possibilidade de envolver todas as áreas de conhecimento. Até setembro deste ano, contabilizamos aproximadamente 200 projetos de extensão, incluindo nesse total os projetos acadêmico-assistenciais, além das diversas práticas de extensão de iniciativa dos cursos de graduação, que beneficiam, anualmente, quase 500 mil pessoas, direta e indiretamente, por meio da atuação de 400 professores e técnicos e dos aproximadamente dois mil alunos bolsistas e voluntários, a cada semestre.

A PUC Minas tem longa tradição em atuar junto a comunidades em situação de vulnerabilidade social, por meio de projetos de ação social e promoção da cidadania. A extensão da Universidade mantém esta tradição hoje?
A extensão na PUC Minas, por meio de programas, projetos, eventos e demais práticas, busca incessantemente contribuir para o cumprimento da missão de nossa Universidade: possibilitar a formação humana e científica de profissionais competentes, pautados pela ética, pela solidariedade e pelo compromisso com o bem comum; promover a integração entre a Universidade e a sociedade, visando, especialmente, demarcar seu compromisso com a inclusão e a justiça social. Em 2012, a Proex recebeu novo aporte de recursos, o que permitiu ampliar suas ações, com a implantação de cerca de 50 projetos acadêmico-assistenciais, em todas as unidades da PUC Minas. Divididos em quatro grandes eixos, de acordo com a legislação da Assistência Social vigente no País, os projetos buscam fortalecer vínculos familiares e comunitários; promover a integração no mercado de trabalho; orientar famílias e indivíduos com direitos violados; e prestar assessoramento na defesa e garantia dos direitos.

Como o senhor avalia a articulação da extensão com a pesquisa e o ensino? Essa perspectiva da indissociabilidade se efetiva em nossa Universidade?
Como ressaltado no Plano de Desenvolvimento Institucional, para vigência entre 2012 e 2016, a integração entre o ensino, a pesquisa e a extensão deve ser assumida pela PUC Minas como parte de sua essência e de sua missão. Visando à integração das três atividades-fim da Universidade, a Proex propõe a incorporação da extensão nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC), especialmente nos fundamentos e pressupostos da formação acadêmica, na definição do perfil do egresso e, ainda, na composição da matriz curricular. É necessária a alocação de horas destinadas a professores para coordenar a extensão em cada curso, como também para viabilizar ações extensionistas inseridas nas disciplinas curriculares, como previsto no Plano Nacional de Educação de 2012. A melhoria da qualidade acadêmica de nossos cursos de graduação e de pós-graduação está intrinsecamente relacionada à articulação entre ensino, pesquisa e extensão. Além disso, é fundamental o reconhecimento e a valorização das atividades de extensão como requisito para o ingresso e a progressão na carreira docente.

A extensão da PUC Minas ganhou projeção nacional e, atualmente, também em função dessa visibilidade, o senhor foi eleito para a presidência do Fórum Nacional de Extensão das IES comunitárias, o Forext. O que isso representa?

Representa que a extensão na PUC Minas está no rumo certo e apontando novas possibilidades para o fazer extensionista no País. A gestão compartilhada que adotamos na Proex, a partir da articulação com os institutos e faculdades, campi e unidades, realizada de modo especial pelos nossos Núcleos Temáticos, fortalece simultaneamente o caráter acadêmico da extensão e o vínculo permanente da Universidade com a sociedade. Ao mesmo tempo, à frente do Forext, estamos buscando diálogo com os fóruns das IES públicas e particulares, a fim de que consigamos estabelecer uma agenda comum na defesa da extensão universitária brasileira, principalmente no que se refere à sua inclusão no sistema público de avaliação do ensino superior, bem como à ampliação do financiamento dos órgãos governamentais para a extensão praticada em todas as IES do País, de forma democrática e republicana. Um exemplo importante dessa articulação foi o lançamento, em junho deste ano, do primeiro Curso de Especialização em Extensão Universitária do País, organizado pelos três fóruns, financiado pela Fapemig e sediado na PUC Minas.

Qual é a efetiva importância de uma experiência extensionista para a formação dos alunos, em todos os campos de conhecimento?
Trabalhar o conceito e a prática da indissociabilidade entre as três atividades-fim da Universidade, princípio constitucional fundamental para o posicionamento da extensão na formação acadêmica e no processo de produção e socialização do conhecimento, possibilita tanto a melhoria da qualidade acadêmica de nossa Instituição, quanto sua decidida integração com o contexto social no qual estamos todos – instituições e sujeitos – inseridos. O conhecimento produzido por meio da extensão, seja em qual área se enquadre, expande o olhar do pesquisador, sensibiliza o estudante para uma realidade diferente de seu cotidiano, possibilita à sociedade construir novas perspectivas de vida na coletividade, sendo esse o papel da universidade e dos profissionais que queremos para o século XXI. Essa diversidade é nossa riqueza e nosso diferencial como extensionistas, grupo que inclui professores, técnicos e estudantes, que congregam saberes teórico-práticos para colocá-los à disposição do outro.

 

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