Uma universidade resulta de um vasto conjunto de contextos, circunstâncias e condições: projetos, desejos, projeções, planejamentos, visão de futuro, mas também missão, responsabilidades, limites e memórias. Ela se materializa, cotidianamente, no exercício de seu papel social, que também é seu carisma, de buscar avançar na produção de conhecimento e na formação e qualificação da comunidade acadêmica que a institui. Especialmente o último ano parece ter acelerado e antecipado mudanças que o ensino superior, se não antevia, pelo menos imaginava. A necessidade de praticar emergencialmente o ensino a distância, mesmo que síncrono, como modalidade prevalente, inequivocamente impôs a adoção de novos caminhos e alternativas que, ao que tudo indica, não serão meramente temporários. Difícil acreditar que toda a educação retornará àquelas mesmas situação e configuração de março de 2020, quando adotou-se o regime letivo remoto em função da lamentável intensificação da pandemia. Têm sido meses dramáticos em termos da saúde pública; trágicos pelas centenas de milhares de vidas que se perderam – agudizadas pela amoralidade de governantes – e de intensos e graves desafios para toda a sociedade. Se o momento requer prudência, pede-os também entrega, coragem e arrojo. Se somos convocados a perscrutar com brevidade o futuro da educação, o presente nos impõe, por sua vez, desafios para nossa sustentabilidade e implementação de processos inteligentes e ágeis, que forneçam respostas eficientes aos novos contextos e demandas, que exigem soluções imediatas. A urgência colocou-se como tempo referencial nos dias atuais. A universidade que queremos e que podemos ser deve erguer-se deste momento decisivo. Nossas decisões de hoje – os rumos e arranjos que constituiremos – definirão a PUC Minas de amanhã. |
|
Não há dúvida que vivemos uma hora vital e em que temos que ter o discernimento ponderado pela coragem de nos reinventarmos, pelo cuidado com nossas responsabilidades mais imediatas e o respeito à maravilhosa história que a PUC Minas construiu nas últimas décadas. É desse jogo temporal entre passado, presente e futuro que reinventaremos a PUC Minas. A universidade em devir, pois o atual não é o que somos. É o que estamos nos tornando. O convite a toda a comunidade acadêmica é de que estejamos abertos ao novo, às mudanças que se desenham e que já vão se implementando. Que sejamos todos protagonistas da Universidade que, no futuro, terá orgulho de ter tomado, no momento que dela se exigiu, as decisões corretas. Que compreende que em sua natureza e papel de servidora, esta Instituição não pode, por teimosia e mesmo por arrogância, entender que é ela quem ditará os tempos, os modos, necessidades e desejos dos estudantes, que são o sentido de seu trabalho. Não me parece exagero afirmar que a tradição da PUC Minas em ser uma universidade contemporânea nunca chegou a um momento tão determinante. Orgulhosos de nosso passado coerente com valores que lhe são muito próprios – de defesa da vida, da justiça e de uma cultura de paz –, a PUC Minas já constrói os caminhos que a levarão para um futuro que se avizinha com brevidade. E todos estamos convidados a esta construção. Professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães Reitor da PUC Minas Bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte
|