Enquanto no Brasil ainda passamos pelo momento de avanço da pandemia, países que já venceram o novo coronavírus retomam gradualmente as atividades. A PUC Minas já está se preparando para este momento. Equipes das Pró-Reitorias de Infraestrutura e de Graduação, juntamente com a diretoria do Instituto de Ciências Biológicas (ICBS), estão elaborando protocolos para o retorno seguro às atividades. Também estão sendo realizadas obras e treinamentos que viabilizarão a implantação desses protocolos.
A elaboração de protocolos e as medidas para o retorno são validados pelo Comitê de Monitoramento do Coronavírus na PUC Minas. “A preocupação central do Comitê é a preservação da vida, de todos os membros da Comunidade Acadêmica. Todos os nossos esforços são para que possamos retomar as atividades de forma gradual e escalonada, quando isto for autorizado pelas autoridades locais, da forma mais segura possível para todos”, destaca o professor Paulo Roberto de Souza, chefe de Gabinete da Reitoria e coordenador do Comitê.
A equipe do Instituto de Ciências Biológicas, coordenada pela professora Jaqueline Barata, assessora do ICBS, trabalha na criação de protocolo destinado às atividades pedagógicas. O documento considera as legislações municipais, estaduais e federais sobre o novo coronavírus, assim como as documentações de órgãos internacionais para o retorno às atividades, como a Organização das Nações Unidas, a Organização Mundial de Saúde e também do Centro de Controle e de Prevenção de Doenças de Atlanta (CDC). “A condição mais importante é que as atividades presenciais somente serão retomadas quando for completamente seguro para todos os envolvidos. Vale ressaltar que estas medidas são dinâmicas, podem ir sofrendo mudanças constantes a partir de novas descobertas relacionadas ao vírus”, afirma a professora Jaqueline Barata, coordenadora das comissões que elaboram os protocolos no ICBS. Entre as medidas pedagógicas, está o retorno de forma gradativa, com horários alternados para evitar a aglomeração ou proximidade física entre as pessoas.
Raphael Calixto
Ajustes nas clínicas odontológicas: a cada três cadeiras, uma está sendo retirada para aumentar a distância entre elas, dentro do protocolo preconizado pelas autoridades sanitárias
Marcos Figueiredo
Nos laboratórios, haverá escalonamento de alunos e orientação de distanciamento de dois metros entre cada um, além do uso de EPIs e desinfecção dos espaços a cada aula
O protocolo prevê, também, medidas específicas para o funcionamento dos laboratórios. Serão trabalhados com espaço de dois metros de distância entre os alunos, assegurando quatro metros quadrados para cada aluno. “Em um espaço de 32 metros quadrados, só poderemos ter oito alunos. Para garantir isto, escalonaremos horários e dividiremos turmas. Vamos reforçar o uso de EPIs e a desinfecção dos espaços a cada aula”, explica Jaqueline. O retorno para as clínicas é o mais complexo porque envolve público externo. “Será necessário garantir que estas pessoas permaneçam o menor tempo possível dentro da clínica. Deverá ser feito o levantamento do quadro do paciente por telefone, se será autorizado a ter acompanhante. Serão reduzidos os atendimentos e o espaço dos intervalos entre um atendimento e outro deve ser maior”, afirma Jaqueline. A professora ainda destaca que a elaboração do protocolo tem um único objetivo: o cuidado com a vida humana, de pacientes, alunos, funcionários e professores. “As pessoas estão fragilizadas. Agora temos que intensificar este cuidado com a vida: emocional e biológica”, finaliza.
Há previsão também de medidas de barreira sanitária. As pessoas serão chamadas a participar do que se chama de screaming covid, que é a checagem das condições que apontariam possibilidades de as pessoas estarem com a doença e não terem diagnóstico. Serão disparados questionários diários on-line que apontaria a possibilidade da pessoa estar com a doença e ainda não ter diagnóstico. A ideia é evitar que estas pessoas frequentem o ambiente acadêmico e contaminem outras pessoas. Também haverá o screaming presencial, que são as barreiras sanitárias em todas as entradas da Universidade, com medição de temperatura nas têmporas com infravermelho e desinfecção dos calçados.
Além de todas as medidas de restrição que buscarão proteger todas as pessoas envolvidas, a professora Jaqueline diz que o componente comportamental é fundamental. “Há uma série de ações que dependemos do comportamento individual como, por exemplo, a permanência com máscara durante todo o tempo. Para isto, vamos trabalhar também com conscientização”, destaca.
Os protocolos elaborados pela coordenação do ICBS também preveem ações relacionadas à infraestrutura da Universidade e às equipes ligadas à Pró-Reitoria de Infraestrutura, que também elabora protocolo próprio.
“Estamos realizando a capacitação das equipes de manutenção da Região Metropolitana de Belo Horizonte para a correta desinfecção dos ambientes”, explica o pró-reitor de Infraestrutura, professor Rômulo Albertini. Mais de 60 profissionais já passaram pela capacitação e as equipes serão treinadas na medida em que retomarem ao trabalho presencial. Também estão sendo adquiridos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) compostos por aventais e máscaras para os estudantes que estão atuando em hospitais parceiros. A compra é feita conforme a especificação de cada instituição hospitalar.
As principais intervenções físicas acontecem nos diversos laboratórios, com a readaptação dos espaços de atendimento. Um exemplo são as clínicas do Curso de Odontologia. “A cada três cadeiras, uma está sendo retirada para aumentar a distância entre elas. Também serão instalados biombos de vidro para garantir o distanciamento dos pacientes. Os equipamentos de ar-condicionado passarão por uma adaptação para direcionamento do ar ao ambiente restrito ao paciente, alunos e professor supervisor.
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