Presidente Dilma Roussef se encontra com Dom Mol


A presidente Dilma recebeu Dom Joaquim Mol e
frei Gilvander Luís Moreira para dialogar sobre conflito social

O bispo auxiliar de Belo Horizonte e reitor da PUC Minas, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, foi recebido nesta segunda-feira, 28, pela presidente Dilma Roussef em sua visita a Belo Horizonte. Acompanhado pelo assessor da Comissão Pastoral da Terra, frei Gilvander Luis Moreira, Dom Mol entregou um documento que relata as causas, faz diagnóstico e aponta caminhos para solucionar o conflito social que envolve a Prefeitura de Belo Horizonte, o governo de Minas Gerais e 1.200 famílias sem-teto das comunidades Camilo Torres, Dandara e Irmã Dorothy, localizadas na capital mineira, e que correm o risco de serem despejadas.



No encontro, ocorrido no Palácio das Artes, e com a presença do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e do vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho, Dom Mol e frei Gilvander expuseram a situação das famílias (cerca de seis mil pessoas) que, há três anos, buscam, na Justiça, o direito de se manterem nos locais onde construíram, em mutirão, suas casas (veja quadro abaixo).

Segundo frei Gilvander, a presidente Dilma manifestou apoio político e econômico para superar o conflito. Afirmou que, se o governador de Minas, Antônio Augusto Anastasia, e o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, desapropriarem as áreas, o governo federal fornecerá recursos para a urbanização e melhoramento das 1.100 casas já construídas. Ficou também acertado, segundo o assessor da Comissão Pastoral da Terra, o estabelecimento de uma agenda de reuniões no Ministério das Cidades, na Secretaria Especial das Mulheres, na Secretaria dos Direitos Humanos e outros órgãos do governo federal.

Frei Gilvander relatou, ainda, que a presidente Dilma reiterou que o caminho deve ser o do diálogo e que tudo deve ser feito para se evitar o despejo das famílias.

No final da tarde da segunda-feira, 28, o governador recebeu uma comissão, da qual Dom Mol fez parte, para tratar do assunto. Anastasia assumiu o compromisso de conversar com o prefeito de Belo Horizonte para que ele receba esta mesma comissão e sinalizou que está aberto ao diálogo para encontrar uma saída justa e digna para as 1.220 famílias sem-teto.

A situação das comunidades

1 - A Comunidade Camilo Torres nasceu em 2008, no Barreiro. São 142 famílias, que já construíram em mutirão e/ou como autoconstrução suas 142 casas de alvenaria em um terreno que estava abandonado e que até 1992 pertencia ao governo do Estado e, em seguida, repassado de forma irregular para a iniciativa privada. Um mandado de despejo já está nas mãos da Polícia Militar.

2 - A Comunidade Dandara nasceu em 2009. Trata-se de 887 famílias sem-teto, que ocuparam cerca de 315 mil metros quadrados de terra ociosa, no Céu Azul, região da Nova Pampulha, que não cumpria sua função social. A Construtora Modelo luta na justiça pela reintegração da posse. As famílias em mutirão e/ou em autoconstrução já construíram cerca de 800 casas de alvenaria.

3 - A Comunidade Irmã Dorothy nasceu em fevereiro de 2010. Trata-se de 135 famílias sem-teto que ocuparam área abandonada, no Barreiro, em Belo Horizonte, ao lado da Comunidade Camilo Torres. Já construíram grande parte de suas casas de alvenaria. Estão instaladas em propriedade que não cumpria sua função social, transferida do poder público para a iniciativa privada de forma irregular. Até 1992, os terrenos onde estão as Comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy pertenciam ao governo de Minas Gerais.
Fonte: Comissão Pastoral da Terra

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