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Doença de Alzheimer

Trocar o nome dos filhos, não lembrar onde colocou uma chave ou esquecer um compromisso são acontecimentos comuns no cotidiano de pessoas mais idosas. Mas esses fatores não devem ser ignorados pelos familiares, já que podem ser indícios de quadros demenciais como a Doença de Alzheimer, uma das enfermidades mais comuns entre pessoas com mais de 60 anos de idade. No Brasil, cerca de seis por cento dos idosos são diagnosticados com a enfermidade, de acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).


Segundo Eliane Rocha de Albuquerque, geriatra e professora do Curso de Medicina, o Alzheimer, caracterizado por alterações de memória e por mudanças de comportamento, é uma doença diagnosticada a partir dos fatos relatados pelos familiares aos médicos, a partir da observação diária “A família tem um papel importante, especialmente na observação de alterações na capacidade de executar as tarefas do cotidiano, não só para o diagnóstico, mas também para se avaliar a evolução do paciente. Mas é importante ressaltar que o diagnóstico deve ser feito apenas por um médico”, afirma. 


A professora alerta para a importância do acompanhamento médico para a identificação correta da doença, já que outras doenças, como hipertensão e diabetes mellitus, que podem levar a alterações na oxigenação do cérebro e consequentemente originar falta de memória e sintomas de demências. “A doença de Alzheimer não é a única patologia que leva ao quadro demencial. Sequelas de isquemia cerebral, traumatismo cranianos, infecções (como o vírus HIV, por exemplo) e outras doenças como a deficiência de vitamina B12 e alterações da tireóide podem ser a causa do quadro. Há ainda outras demências que exigem um diagnóstico diferencial para indicar a abordagem mais adequada” esclarece Eliane.


Dentre os principais exames complementares comumente usados para investigar pacientes com doenças como o Alzheimer, destacam-se: exames de sangue, exame de imagem do cérebro e, em casos selecionados, retirada do líquido da espinha.  “Entretanto, o quadro clínico é o principal orientador do diagnóstico. Cabe lembrar que ainda não há um exame específico para se definir a Doença de Alzheimer com 100 % de certeza durante a vida do paciente. A tomografia cerebral, por exemplo, pode evidenciar a presença de uma isquemia, mas isso não significa que a Doença de Alzheimer esteja ausente – por vezes, há uma sobreposição entre as doenças. Assim, pacientes com quadros de demência terão que passar por outros exames para que se tenha um diagnóstico”, pontua a professora.


De acordo com Eliane, a causa do Alzheimer ainda é obscura. “Estudos mostram a presença de fatores de risco diversos: a doença aumenta com o avançar da idade; há evidências de fatores genéticos e ambientais.  A escolaridade parece ter influencia no desenvolver da doença, com níveis de instrução mais elevados podendo atuar como um fator "protetor”; entretanto, tais pacientes talvez possuam apenas maiores reservas cognitivas que fazem com que o aparecimento dos sintomas clínicos da doença sejam menos perceptíveis no inicio da mesma”, diz. 


Segundo a médica, não há medidas para prevenir a doença. “Da mesma forma, a doença não tem cura ou tratamento eficaz conhecido. O uso de alguns medicamentos, como os anti-colinesterásicos, pode retardar o surgimento dos sintomas, mas não interfere na evolução da doença em longo prazo. O apoio na realização de atividades de vida diária pode ser um grande ponto para facilitar o dia-a-dia. Sinalizar onde fica o banheiro ou utilizar roupas com velcro ao invés daquelas com abotoaduras são pequenas mudanças que podem ajudar o paciente e os cuidadores no manejo da doença”, afirma Eliane. Segundo ela, o apoio e a orientação aos doentes é também um dos pilares do cuidado aos portadores de demências. “Este aspecto da doença é também de responsabilidade da equipe de saúde que assiste ao paciente, mas também de seus familiares”.

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