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Falta ou Excesso de Vitamina D

A vitamina D é um nutriente essencial para o fortalecimento dos ossos e dentes. Essa vitamina é absorvida pelo corpo principalmente por meio da pele. A radiação ultravioleta B, da luz solar, estimula a produção da pré-vitamina D, que, por sua vez, é convertida nos rins para a forma biologicamente ativa, o hormônio vitamina D.

A alimentação é responsável por uma quantidade pequena de absorção da vitamina D pelo organismo. Ela pode ser encontrada em alimentos de origem animal, como o óleo de peixe, gema de ovo, leite, manteiga, salmão, sardinha e atum.
A médica do posto de saúde, em Betim, Gilmara dos Santos Neves de Souza, concedeu uma entrevista para o informativo No Ponto sobre o assunto.

No Ponto – Como detectar a falta ou excesso de vitamina D?

Gilmara Souza - A falta da vitamina D no organismo pode ser identificada em testes laboratoriais, pela análise do cálcio na urina (se houver pouco, é um sinal de alerta) ou por exames de sangue. Os sintomas não costumam se manifestar em adultos, exceto por uma eventual dor, cansaço ou falta de equilíbrio. Já as crianças com deficiência de vitamina D podem desenvolver raquitismo, doença que inclui fraqueza e perda óssea. O diagnóstico de raquitismo ou osteomalácia baseia-se nos sintomas, no aspecto dos ossos nas radiografias e nos baixos valores sanguíneos de cálcio, fosfatos e subprodutos da vitamina D. O raquitismo e a osteomalácia podem ser curados administrando vitamina D por via oral em doses diárias equivalentes a cinco vezes a quantidade diária recomendada durante duas ou três semanas.

NP – O que a falta de vitamina D pode ocasionar?

Gilmara - Sem a vitamina D, o corpo não consegue absorver o cálcio de maneira adequada, e os ossos se tornam frágeis. Nas crianças, a falta desta vitamina leva ao raquitismo e à deformidade nos ossos. Já nos adultos, favorece a osteoporose. No entanto, estudos recentes relacionam outras doenças, como a síndrome metabólica e alguns casos de depressão e diabetes à falta desta vitamina no organismo.

NP – O que o excesso de vitamina D pode ocasionar?

Gilmara - O consumo de uma dose semelhante a dez vezes a quantidade diária recomendada de vitamina D durante vários meses pode causar intoxicação e determinar concentrações elevadas de cálcio no sangue. Os primeiros sintomas de intoxicação com vitamina D são perda do apetite, náuseas e vômitos, seguidos por sede excessiva, aumento da emissão de urina, fraqueza, nervosismo e hipertensão arterial. O cálcio pode depositar-se em todo o organismo, especialmente nos rins, onde pode provocar lesões permanentes. A função renal deteriora-se, permitindo que as proteínas passem para a urina e que aumente a concentração de ureia, um produto de eliminação, no sangue. Os sinais da toxicidade da vitamina D são músculos fracos, ossos fracos, sangramento excessivo ou pedras nos rins e, muito frequentemente, é resultado de excesso de vitamina D proveniente de suplementos dietéticos e não de fontes de alimentos ou de superexposição à luz do sol.

NP – Como se dá a suplementação da vitamina D?

Gilmara - A indicação de suplementação é feita, em alguns casos, se houver a comprovação da deficiência da vitamina. Mas, na maioria das vezes, é indicada para idosos, crianças com raquitismo ou pessoas que não podem, por algum motivo, se expor ao sol. A dose varia de acordo com a faixa etária. É muito importante consultar um profissional sobre a quantidade de vitamina D que você precisa.

NP – Somente a exposição ao sol resolve?

Gilmara - A exposição ao sol é a fonte mais efetiva e importante, mas o ideal é combinar o banho de sol, alimentação adequada e suplementação com vitamina D, a partir de indicação médica.

NP – Para se atingir os níveis ideais de vitamina D, é preciso quanto tempo de exposição e durante quantos dias por semana?

Gilmara - O ideal é se expor diariamente, em média 15 minutos. Passe o filtro solar no rosto e deixe pernas e braços livres, já que o creme limita a absorção da luz. No entanto, pessoas mais claras, que necessitam de proteção solar absoluta, obtêm a vitamina mais facilmente, se expondo menos de 15 minutos três vezes por semana. Existe o risco de deficiência de vitamina D durante o inverno, pois os raios solares nessa época não permitem a produção adequada de vitamina D. É importante lembrar que a necessidade individual pode variar consideravelmente, dependendo de vários fatores.

NP – Qual o melhor período para se tomar sol?

Gilmara - A  quantidade necessária de sol que estimula uma boa produção de vitamina D é pouca. O estímulo que o UVB dá é potente, e bastam apenas 5 a 20 minutos de exposição entre 10 da manhã e 4 da tarde (quando a UVB está presente em maior quantidade), três vezes por semana, em uma área de pele como face, mãos ou braços. Quanto mais claro seu tom de pele, menor o tempo necessário dessa exposição ao UVB. E conforme a idade vai avançando, o banho de sol deve ser um pouco mais demorado. Passado esse curto tempo de exposição, o melhor a fazer é aplicar o protetor solar para se proteger contra o câncer de pele. Existe um exame laboratorial, feito através de uma amostra de sangue, que mede seu status de vitamina D. Dependendo do resultado, seu médico pode orientar o uso de um suplemento da vitamina.

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