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Desde os 11 anos, Marilene dos Santos Oliveira, copeira da PUC Minas no Barreiro, escreve poesias. Em uma tarde, sentou-se na escada de casa e, olhando para o céu, a primeira poesia saiu, naturalmente. A partir daí, não parou mais.
Em algumas ocasiões, recebe pedidos para escrever sobre determinado tema, mas, na maior parte das vezes, os poemas surgem de situações do cotidiano. “Às vezes, estou trabalhando e pensando na vida e uma poesia vai se formando na minha cabeça”, conta Marilene, que, nem sempre, tem tempo de passar suas ideias para o papel.
A funcionária acredita que a poesia, assim como outras formas de arte, tem a capacidade de descontrair as pessoas. “É gratificante ter contato com a arte. Quando uma pessoa cansada para um pouco e escuta uma poesia, ela consegue relaxar e ganha mais disposição”, afirma. Além disso, ela também crê no potencial da poesia como forma de sensibilizar as pessoas para as causas sociais. “Muitas vezes, um assunto é discutido na mídia, mas nós não vemos aquilo ter uma solução”, exemplifica. Marilene tenta levar temas contemporâneos para suas poesias, de forma a chamar a atenção das pessoas para o que está acontecendo, como na poesia Conversando com a Natureza, em que trata da questão ecológica (ver texto abaixo).
Na infância, teve a influência materna para a poesia, pois sua mãe contava histórias e lendas, além de recitar versos, os quais atraíam toda a vizinhança para sua casa. No entanto, Marilene atribui tudo o que é capaz de escrever a Deus. Segundo ela, “tudo acontece porque Deus dá um toque especial na vida da gente”.
Além de escrever poesias, já desenvolveu atividades voltadas para as artes cênicas. Quando estava na 6ª série do ensino fundamental, produziu peças teatrais na escola – o que fez durante dez anos. Apresentou adaptações e peças de sua autoria para a escola e para o bairro onde ainda mora: Durval de Barros, em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Conversando com a Natureza
Tu és um ser inteligente,
Tão simples, bonita e pura.
Que vive neste mundo,
Sofrendo sem nada dever;
Com pessoas tão ingratas,
Que não sabem lhe agradecer.
Tu és tão gentil,
Que aceita tudo
O que eles dão.
Mas
Eles fingem não ver,
Que tu sofres nesta ingratidão.
23 de setembro,
Quando comemoramos
Tua chegada.
Dia esse em que,
Eu também vim ao mundo.
Mas não para vê-la,
Maltratada.
Pois nesse dia e sempre,
O presente que eu queria ter,
A paz no mundo.
E que todos realmente
Reconhecem.
Que todos nós
Precisamos de você.
Deus perdoa
Aquele que sofre
Sem nada merecer,
Pois no final
Do tempo,
Justiça ele irá fazer.
Natureza,
Sofra sem chorar,
Não grite se te
Queimar.
O que eles não
Sabem é te preservar.
Mas não dê,
O teu nome
Como beleza.
O que eles ainda
Não sabem
Que tu és a
Natureza.
Secretaria de Comunicação | Recursos Humanos