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Saúde que vira fumaça

Suzana Maria de Jesus, assistente administrativo da Secretaria Acadêmica da Faculdade de Comunicação e Artes, e Oldack Rosário de Oliveira Silva, auxiliar de serviços da Chefia de Gabinete, têm, em comum, uma mesma história: começaram a fumar ainda adolescentes. Mas, no decorrer dessa história, eles tomaram caminhos distintos: Suzana já fuma há 41 anos; Oldack parou de fumar em 2008. “Foi algo gradativo, comecei a sentir cansaço, dificuldades para subir escadas, minha respiração era sempre ofegante, estava sem condicionamento físico, realmente eu me sentia um doente e, aos 42 anos, eu decidi parar de fumar”, conta Oldack.

Números da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca de cinco milhões de pessoas morrem por ano, no mundo, vítimas do cigarro. No Brasil, estima-se que mais de 200 mil mortes por ano estejam relacionadas ao hábito de fumar. Os prejuízos decorrentes do tabagismo são amplamente conhecidos, sendo que o seu controle é considerado um dos maiores desafios da saúde pública do Brasil.

O professor Júlio César Batista Santana, membro do colegiado do Curso de Enfermagem do campus Coração Eucarístico e coordenador de cursos de pós-graduação em Enfermagem no Instituto de Educação Continuada (IEC), explica que os jovens são alvos fáceis para a indústria do cigarro. “Eles são influenciados por diversas vertentes: pela mídia, pela propaganda maciça das indústrias de cigarros, influência do comportamento familiar, dificuldade de relacionamento, coleguismo, modismo, curiosidade e espírito aventureiro”, explica. “Quanto mais cedo ocorrer a iniciação ao tabagismo, mais grave será a dependência, maiores serão as dificuldades para deixar de fumar e mais graves os danos à saúde, devido ao longo percurso do fumante”, alerta o professor.


O cigarro está presente na vida de Suzana há 41 anos

Cigarro e trabalho

Atualmente, a legislação proíbe, em Minas Gerais, o consumo de derivados de tabaco em locais fechados de uso coletivo, públicos ou privados. A decisão foi sancionada pelo ex-governador do Estado, Aécio Neves, no dia 4 de dezembro do ano passado. E a PUC Minas cumpre essa legislação.

Trabalho e cigarro são dois fatores que não combinam. Oldack conta que o fato de fumar causava certo transtorno no serviço. “Antes eu tinha que sair várias vezes para fumar e isso acabava prejudicando o andamento das minhas atividades”, relembra.

“Vários problemas de saúde estão relacionados ao uso do tabagismo e repercutem negativamente sobre a vida profissional e social das pessoas. Os fumantes adoecem mais, o que compromete a qualidade de vida, acarretando aumento do estresse no trabalho, aumento das licenças médicas, absenteísmo e redução da produtividade”, afirma o professor Júlio. Dados da OMS apontam que os fumantes ausentam-se do trabalho aproximadamente cinco, seis dias a mais, por ano, do que os não-fumantes.

Vencendo o vício

Uma pesquisa do Ministério da Saúde mostra que o Brasil avançou no controle do tabagismo. Entre 2006 e 2010, a proporção de brasileiros fumantes caiu de 16,2% para 15,1%. O percentual representa uma redução expressiva em relação ao índice de 1989, quando estudos apontaram 34,8% de fumantes na população. “A constatação dos tempos atuais é inequívoca: a moda é contra o cigarro”, diz o professor Júlio.

Suzana fuma dois maços de cigarros por dia. “Estou tentando parar agora. Estou conversando com meu cérebro, para ele se programar e eu conseguir parar. Para começar, eu me proibi de fumar dentro do carro”, afirma.  Para muitos fumantes, o desejo de parar é enorme. A força de vontade e muitas vezes o apoio da família e dos amigos auxiliam no abandono definitivo do tabaco.  “Eu já queria parar de fumar, fumava no serviço, em casa, no carro. Até que meu filho mais novo ficou me questionando. Além da influência dos amigos, que me incentivaram a largar. Um conjunto de fatores, como a questão da saúde, o pedido do meu filho, as propagandas, e, principalmente, a minha conscientização, me fez enxergar que o fumo era maléfico e a melhor alternativa seria abandonar o cigarro”, reflete Oldack.

O professor Júlio afirma que deixar de fumar é um processo que leva tempo, pois a dependência também envolve aspectos comportamentais, neuroquímicos e moleculares. “É necessário acompanhamento de profissionais da saúde, apoio da família, das pessoas que estão ao redor e, em alguns casos, há também necessidade de tratamento farmacológico”, observa o professor.

Suzana conta que já utilizou adesivos para parar de fumar, já fez tratamentos com laser e com acupuntura, mas foi inútil. “Eu não consigo parar porque o cigarro me traz prazer. Mas agora eu quero parar de fumar”, afirma.

Para o professor Júlio, o melhor caminho contra o fumo é a prevenção, ou seja, não começar a fumar. “Mas, caso a pessoa já seja dependente, a vontade de parar de fumar é o primeiro grande estímulo”, conclui.

Os males provocados pelo fumo

O professor Júlio observa que  o tabagismo pode ocasionar problemas com a saúde bucal, doenças cardiovasculares, respiratórias, alergias e envelhecimento precoce. Também pode prejudicar a convivência social e comprometer a vida profissional. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pulmão apresenta um índice significativo de mortalidade e sua incidência está relacionada ao consumo do tabaco. O tabagismo também traz perdas econômicas, gerando um prejuízo global total em perda de produtividade de US$ 500 bilhões a cada ano.

Os não-fumantes que são expostos à fumaça de cigarro ambiental (aquela gerada pelo cigarro dos fumantes), também estão sob risco de sofrer doenças relacionadas ao tabaco. Aqueles que se expõem passivamente à fumaça do cigarro por 30 minutos por dia têm aumentado em até 60% o risco de doenças coronarianas. Pais e mães que fumam colocam seus filhos em risco de sofrer diversos problemas de crescimento e desenvolvimento.

O professor Júlio conclui que “o tabagismo é a principal causa de morte e de doenças passíveis de prevenção. Agir contra isso só depende da ação do próprio fumante”.

Ação contra o tabagismo em Betim

Um grupo de pessoas ainda muito jovens, trabalhadores da Universidade,  já está atento ao problema do tabagismo. Por meio de uma iniciativa do projeto de extensão Jubra Jovem, que reúne os adolescentes da Cruz Vermelha em atividades de desenvolvimento e formação da cidadania, os jovens mobilizaram Núcleo Universitário de Betim no Dia Mundial sem Tabaco – 31 de maio.

Os adolescentes, que transitam por todos os corredores da Universidade, quase sempre de camisetas vermelhas, em um leva e traz de documentos, agilizando o trabalho de professores e funcionários, dedicaram o dia para uma parada de conscientização. Eles usaram os horários de maior movimentação para promover uma blitz educativa no hall do Núcleo Universitário, distribuir panfletos informativos, conversar com alunos, professores, funcionários, e tentar convencer a comunidade acadêmica a praticar uma vida saudável.

“A ideia surgiu em uma de nossas reuniões semanais do Jubra Jovem, em que discutimos muitos assuntos, como saúde, educação, trabalho e cidadania. Vimos que as pessoas começam a experimentar o cigarro e o vício causa uma dependência tão grande que pode ser a porta de entrada para outras drogas”, comenta Neyriberto Costa Dias, um dos jovens participantes.

Os adolescentes partiram para o ataque do bem, amparados pelo conhecimento adquirido no Jubra Jovem, dando exemplo de disciplina e ousadia. “Eu mesmo falei com as pessoas sobre uma coisa da qual muitos têm medo, que é a impotência sexual, porque os fumantes podem desenvolver o problema. Além disso, eles precisavam saber que o cigarro diminui a vida da pessoa pela metade. E que um dia sem cigarro já faz diferença”, conta o adolescente Christian Santos.

Se você é fumante, faça o Teste de Fagerström* e verifique seu grau de dependência:

Quanto tempo após acordar você fuma seu primeiro cigarro?
( ) dentro de 5 minutos (3)
( ) entre 6 e 30 minutos (2)
( ) entre 31 e 60 minutos (1)
( ) após 60 minutos (0)

Quantos cigarros você fuma por dia?
( ) menos de 10 cigarros (0)
( ) de 11 a 20 cigarros (1)
( ) de 21 a 30 cigarros (2)
( ) mais de 31 cigarros (3)

Você fuma mesmo doente, quando precisa ficar de cama a maior parte do tempo?
( ) sim (1)
( ) não (0)

Você acha difícil não fumar em lugares proibidos como Igrejas, bibliotecas, etc.?
( ) sim (1)
( ) não (0)

Qual o cigarro do dia que traz mais satisfação?
( ) o primeiro da manhã (1)
( ) outros (0)

Você fuma mais frequentemente pela manhã?
( ) sim (1)
( ) não (0)

Total: _____ pontos

Grau de Dependência:

0-2 muito baixo, 3-4 baixo, 5 médio, 6-7 elevado, 8-10 muito elevado.

Independentemente do grau que você obteve, saiba que vale a pena parar de fumar e o melhor momento para fazê-lo é agora. Procure ajuda!

*Elaborado pelo médico dinamarquês Karl Fagerström, em 1974, o método de avaliação de Fagerström é, hoje, empregado por especialistas para ajudar a definir a melhor estratégia para quem quer largar o cigarro. Este questionário é utilizado por médicos a fim de determinar se uma pessoa está seriamente viciada na nicotina.

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