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Da pré-história à imortalidade

Quem visita o jardim do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas pode não saber, mas seguindo o caminho de ladrilhos, passando por um pergolado, ali do lado da entrada da mata fica o prédio 32. Com um nome que não faz jus ao que acontece em seu interior, o Centro Técnico Operacional é, segundo o Prof. Dr. Henrique Paprocki, atual diretor, o coração do Museu.

Dividido em dois subsetores e com sete funcionários, entre biólogos, auxiliares técnicos e um artista plástico, o setor é responsável pela fabricação e manutenção de réplicas, montagem das exposições, taxidermia e coleção de mamíferos, assim como armazenamento de espécimes estudados pelos alunos dos Cursos de Biologia e Medicina Veterinária do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS).

O som alto e estridente da serra vindo da oficina não incomoda o funcionário Leandro de Oliveira Marques, biólogo que atualmente coordena o CTO e trabalha no Museu há 12 anos. Responsável direto pela oficina de taxidermia dos animais exóticos e silvestres doados ao Museu, Leandro recorda particularmente o processo de taxidermia do gorila Idi Amin, que viveu por cerca de 39 anos no Zoológico Municipal de Belo Horizonte e morreu em março de 2014. “Foi um dos maiores desafios que tivemos, na retomada de abertura do Museu após o incêndio, porque queríamos que fosse o primeiro animal a receber a nova técnica de curtimento de couro”, conta. A nova técnica, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa) – Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), possibilitou a permanência original da pele, dos pelos e dos dedos do gorila.

Quem transforma os fósseis originais enviados pela Coleção de Paleontologia em moldes de silicone e borracha e faz os acabamentos é o auxiliar de Museografia Reginaldo Gomes, que trabalha no CTO há 19 anos. Em seguida, as réplicas, feitas de resina, poliuretano (um tipo de espuma de plástico) e fibra de vidro, são pintadas com uma técnica realista pelo artista plástico Marcos Vinícius Estrela Varella. “Quando o fóssil não está completo ou tem estrutura faltantes, esculpimos o que falta usando como base artigos científicos e estudos em animais atuais”, explica o biólogo Bruno Garzon, que atua no Museu desde 1983 em diferentes funções e atualmente é auxiliado por Zeinner José Oliveira de Paula, profissional da Museografia.


Antes de ser exposta no Museu, a réplica ainda passa pelo processo de pré-montagem e, respeitando a anatomia do animal, recebe as ferragens que dão sustentação à peça. É um processo que pode levar meses para ser concluído e demanda um minucioso trabalho técnico e altamente qualificado. “O tempo depende muito do tamanho e da espécie. Fósseis marinhos podem ser feitos em minutos. Mas um mastodonte, que é um animal pré-histórico, parente distante dos elefantes que conhecemos hoje, por exemplo, pode levar alguns meses” explica o Prof. Paprocki.

A montagem das exposições e dos dioramas, que nos permitem ver os animais em seus hábitats naturais, como uma espécie de fotografia em três dimensões de um pedaço da natureza ou do passado, é um esforço coletivo, exige sintonia e envolve toda a equipe do CTO e ainda que as exposições retratem muitas vezes centenas de milhares de anos atrás, nos bastidores, o Museu de Ciências Naturais da PUC Minas é um organismo vivo.

 

Quatro décadas de história

Inaugurado em 3 de julho de 1983, o Museu de Ciências Naturais da PUC Minas completa, neste ano, 40 anos de um espaço dedicado à formação da consciência crítica quanto à necessidade de preservação de nosso patrimônio natural, científico, histórico e cultural.

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