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Artigo: Ansiedades, estresses e outros “bichos”

O grau de exigência a que somos submetidos neste mundo urbano contemporâneo e a quantidade de in¬formações que nos chegam fazem com que os médicos identifiquem um con¬tingente crescente de sintomas de ansiedade, os mais variados.

Dos estresses e ansiedades que mascaram depressões, lá estão os doutores – médicos ou não – receitando remédios para curar tais agruras. É claro que existem as chama¬das "ansiedades secundárias", originá¬rias de doenças orgânicas e as advindas de efeitos colaterais pelo uso de outras drogas.

Crescemos aprendendo a sonhar alto, a vencer sempre, com obrigação de ganhar bem, de divi¬dir nosso tempo com quem amamos, com obrigação de estar sempre apaixonado e, ainda mais difícil, de nos fazermos obrigatoriamente amáveis. É a competição sem limites do mundo globalizado esquecendo que somos limitados seres humanos.

Ensinam-nos a perse¬guir objetivos nem sempre tangíveis, ser sincero sem deixar de ser gentil, ser ousa¬do sem perder o chão. É o que chamo de "culto à frustração". O tempo passa e percebemos que resta pouco para sermos como gostaríamos, ou como somos, na verdade. Assim, causas facilmente identificáveis para a instalação das ansiedades não nos faltam mesmo.

Soma-se a isto um tipo de persona¬lidade, uma tendência ou talvez um legado genético, o que explica a maior incidência em algumas pessoas. Embora a característica mais marcante da ansiedade, por definição, seja a sensação subjetiva de um medo inespecífico, que surge de repente ou vai crescendo insuportavelmente, sempre é relatada pelos pacientes como algo aterrorizante.

Entre os sintomas, estão a sensação de que algo terrível pode acontecer. Pode-se perder o controle da saúde (geralmente mental), o coração pode vir a falhar, pode-se deixar de respirar, e a esse tumulto de sensações urgentes chamamos de síndrome do pânico.

Como consequência, muitas vezes, o paciente busca o retraimento social e pode adquirir o humor agitado, retraído, às vezes insone ou sonolento, em alguns casos comendo demais, em outras situações perdendo o apetite.

Preocupa-me ver tantas ansiedades “acalmadas” com medicações de todas as formas. Não sou contra as benditas medicações que salvam vidas e aliviam sofrimentos. No entanto, remédios devem ser bem prescritos e acompanhados com responsabilidade. Mas não podemos deixar nas mãos apenas deles o que merece e precisa ser pensado e revisto com reflexões assistidas, com psicólogos, com orientadores espirituais, com assistentes sociais, ou com outras pessoas gabaritadas a construir conosco uma comunidade que sustente seus princípios.

A ansiedade, o medo do desconhecido, é reação normal em nós, seres humanos. Mas tornou-se um dos mais frequentes sintomas e queixas em consultórios clínicos e ocupacionais, além de proporcionar um dos maiores motivos de afastamento previdenciário. E o que é pior, um dos maiores agentes de lucro dos laboratórios farmacêuticos multinacionais.

Como anda sua condição de ansiedade? Quer pensar sobre isso? Se necessário, procure nossa ajuda.

Regina Célia Rais de Freitas Advincula
Médica e coordenadora técnica do Serviço de Engenharia, de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt) da PUC Minas e da Sociedade Mineira de Cultura (SMC)


Estresse é uma das mais frequentes queixas em consultórios

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