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Museu de Ciências Naturais da PUC Minas abriga extenso acervo com originais
Desde 1983, o Museu de Ciências Naturais da PUC Minas abriga uma pluralidade de exposições, contando com mais de 11 coleções científicas. Por trás da exposição das réplicas de dinossauros e das primeiras escavações do pesquisador dinamarquês Peter Lund, o Museu abriga um extenso acervo científico, que busca preservar os exemplares originais e auxiliar na realização de pesquisas.
Cada acervo tem uma regra distinta para sua organização. O pesquisador Marcelo Vasconcellos conta que os acervos são organizados de maneira que cada exemplar tenha um número de registro, para que seja facilmente localizado durante as pesquisas. No Museu de Ciências Naturais, os acervos são divididos em coleções de paleontologia (fósseis), botânica (plantas), malacologia (moluscos), entomologia (insetos), ictiologia (peixes), herpetologia (anfíbios e répteis), ornitologia (aves) e mastozoologia (mamíferos).
Em 2017, o espaço foi ranqueado como a 10ª maior coleção de aves do Brasil. Em especial, as aves abrigam dois tipos básicos de coleções: a de peles e a osteológica. A de peles é representada por aves taxidermizadas, que são exemplares que tiveram suas peles preservadas e preenchidas com algodão. Já a osteológica é constituída por esqueletos parciais ou completos de várias espécies. A maior parte destes exemplares foi recolhida de aves encontradas mortas devido a atropelamentos, eletrocussões e colisões, como em janelas e em linhas de transmissão.
Marcelo reforça a exclusividade dos exemplares. “Estes acervos científicos são únicos, ou seja, cada exemplar não tem cópia em qualquer outro museu do mundo. Seria como uma biblioteca de obras raras na qual cada livro não teria outra cópia”, exemplifica. Essa especificidade se justifica porque cada organismo possui um código genético único, representando uma amostra do tempo e do espaço que não é possível de ser recoletado no mesmo contexto em que foi originalmente obtido.
Destinados à área científica da Universidade, os acervos são de acesso restrito aos pesquisadores e monitores do Curso de Ciências Biológicas. Visando democratizar o acesso ao acervo e às suas informações, o pesquisador deu início a uma parceria com os professores dos cursos de Jogos Digitais da PUC Minas, com o intuito de produzir modelos tridimensionais dos exemplares da coleção de aves em formato virtual e aberto ao público.
Com relação à preservação, todos os acervos são mantidos a seco e tratados com cânfora, para evitar o ataque de insetos e fungos. Além disso, uma inspeção periódica sempre é realizada para checagem da integridade dos espécimes. Estas coleções são uma prova do investimento que a PUC Minas faz para a ciência mundial, sendo visitado e citado por pesquisadores do Brasil e do exterior. Para o meio científico, o acervo é fonte para as mais variadas pesquisas, envolvendo classificação, descrição de novas espécies, variação geográfica, anatomia, ecologia e evolução.
O pesquisador reforça que a importância do acervo é ser fonte de documentação de espécies de aves que existiam em diversas partes do Brasil e que não mais ocorrem nesses locais, devido à sua extinção. Com as atividades minerárias, os desmatamentos e as instalações de usinas hidrelétricas, espécies de Minas Gerais, Pará e Rondônia que não existem mais podem ter parte da sua história na biodiversidade brasileira preservada.
Para Marcelo, tem um grande significado. Quando assumiu a coleção, o Museu contava com cerca de mil espécimes e, atualmente, se aproxima de 6.400. “Meu objetivo é que o Museu abrigue, em pouco tempo, o maior acervo do estado de Minas Gerais e que a instituição seja cada dia mais reconhecida pelo seu importante investimento científico, o que é muito raro em Universidades privadas”, conclui.
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