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Reservar saúde para envelhecer bem

O processo natural de envelhecer costuma ser rodeado por diversos preconceitos, pessoais e sociais, que acabam por tornar o caminho mais árduo. Tudo o que é vinculado à velhice tende a ser visto como negativo ou evitável. Algo semelhante acontece com a figura do médico geriatra, especialista mais conhecido por cuidar da saúde do idoso. Na busca pelo envelhecimento saudável, esse profissional pode contribuir no aconselhamento para adoção de bons hábitos e nas adaptações necessárias à vida de acordo com a passagem do tempo. É sobre esse assunto que fala o professor Galeno Hassen Sales, médico geriatra e docente do Curso de Medicina e do Curso de Pós-graduação em Gerontologia da PUC Minas. Além de desconstruir preconceitos, manter a mente e o corpo ativos também garantirá uma reserva de saúde.

 

Existe um momento ideal para que um paciente passe a se consultar regularmente com um geriatra? Há uma idade indicada ou algum outro fator que influencie essa questão?

Todo médico, em sua formação, pode atender idosos, especialmente aqueles considerados jovens ou robustos. A questão não é só a idade ou as doenças que possui. No caso de nós, geriatras, somos preparados para atender esses mesmos idosos. Entretanto, nosso diferencial é o atendimento daqueles considerados vulneráveis, que correm risco de se tornarem dependentes do cuidado de outras pessoas, ou de serem internados frequentemente. Tenho sempre uma opinião de que uma pessoa deveria ser vista por um geriatra após avaliação de um médico generalista ou outro especialista não-geriatra, ou outro profissional de saúde, que conheça melhor o perfil de cada área de atuação.

 

Existe um melhor caminho para o envelhecimento saudável? Quais os principais cuidados que se precisa ter?

A principal regra do envelhecimento saudável é manter-se ativo, corpo e mente. Uma aposentadoria, por exemplo, deve ser pensada como uma oportunidade de mudar de vida, e não o repouso prolongado. Outra regra é de que, para ter um envelhecimento saudável, você também deve fazer uma reserva de saúde, assim como você se preocupa com sua reserva financeira: procure o quanto antes "investir" em sua saúde, evitando o sedentarismo, ficar muito tempo parado, buscando alimentos na forma mais natural possível, moderando o consumo de bebidas açucaradas ou alcóolicas, fazendo controle periódico com seu médico de confiança e, principalmente, buscando a sua felicidade.

 

De que forma o geriatra auxilia o paciente na busca por um envelhecimento saudável? O que o diferencia de outros profissionais e suas abordagens?

O geriatra lida com situações comuns no envelhecimento: comprometimento do estado mental, prejuízos da mobilidade e da capacidade sensorial (ver, ouvir), risco de quedas, perda urinária e uso inadequado de medicamentos. Temos a capacidade de, a exemplo de um administrador, manejar múltiplos problemas de saúde, psicológicos e tudo mais que interfira na saúde da pessoa idosa. Como todo médico, ajudamos também a evitar ou aliviar os efeitos totais dos problemas comuns no envelhecimento.

 

Como é feito o acompanhamento pelo geriatra? A família e seu histórico de doenças podem ser partes importantes desse processo?

Na verdade, a família tem outro papel quando envelhecemos: o de responder à famosa pergunta "Quem vai cuidar de mim quando adoecer?". É importante conhecermos que tipo de vínculo entre família e o paciente foi construído. O geriatra descobre muitas histórias, boas e ruins, sobre a influência e o conceito de família para o cuidado de alguém que envelhece. Com razão, muitos familiares procuram médicos geriatras, pois sentem a preocupação de desenvolver algumas doenças como a demência de Alzheimer, depressão ou doença de Parkinson, que possuem relativa ligação familiar, como no caso da depressão. 

 

Do seu ponto de vista, existe algum tipo de preconceito em relação a essa especialidade, tomando como ponto de partida o paciente que não quer reconhecer o fato de estar envelhecendo?

Sim, mas preconceitos podem ser desconstruídos quando temos canais de comunicação como esse. Envelhecer deve ser entendido como um processo natural que a maioria de nós experimenta. Não é fácil entender o lado bom de uma fase da vida em que se costuma perder (saúde, vigor, vínculos). Entendo quem se sente triste por isso e por não termos respostas para tudo. Mas o geriatra busca minimizar essa impressão, dando a chance de pensar que somos capazes de nos adaptarmos a uma nova fase, mantendo tudo o que gostamos de fazer e tendo a oportunidade de fazer planos, traçar objetivos, preservar quem somos em essência, independentemente de sermos sexagenários ou centenários. A vida de quem envelhece não se resume ao passado, mas também ao que se pode viver no futuro e, sempre, curtir o tempo presente.

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