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Autoconfiança: soma das experiências vividas

A autoconfiança é a capacidade que uma pessoa tem de confiar em si mesma, em suas próprias habilidades. Mas não se engane! Essa característica não depende apenas de uma escolha ou esforço pessoal. “Não encontramos a autoconfiança na prateleira do supermercado”, alerta a professora Paula de Paula, docente da Faculdade de Psicologia. “Ela é a soma de uma série de situações pelas quais o indivíduo passa ao longo de sua vida, desde a sua infância e adolescência. A autoconfiança é o resultado ou efeito das experiências que a pessoa teve, os desafios que ela estava em condições de superar”, explica a professora.

Para que a autoconfiança seja desenvolvida, o indivíduo precisa se sentir seguro. Por isso, é importante uma rede de apoio para que a pessoa possa experimentar, errar, superar dificuldades e desafios. Um ambiente que possibilite à pessoa arriscar. Funcionária da Pró-Reitoria Adjunta da Unidade São Gabriel, Lucilene Assis se considera autoconfiante, mas não significa que há ausência de medo ou que sempre tenha sido assim. Diante de uma situação que seja desconhecida, ela sempre se pergunta se realmente precisa ser feita. Se a resposta é sim, abre o peito e vai com medo mesmo. “Já passei por coisas muito pesadas, que me dificultariam resolver tarefas. Mas pela minha determinação, pelas experiências que vivi, eu fui e fiz”, ressalta. Ela conta que quando adolescente seu pai sempre a estimulou e transmitiu confiança em suas habilidades. “Meu pai nunca disse: será que você consegue? Ele sempre afirmava: vá! Faça! Você consegue!”, explica. Isso fez com que Lucilene desenvolvesse autoconfiança ao longo de sua vida.

 

A professora Paula destaca que a autoconfiança necessita de desenvolvimento. “Se você coloca o sujeito diante de um desafio impossível de superar, ele terá uma experiência de frustração. Ele ficará sem condições de avaliar que aquilo era impossível e ficará com a sensação de impotência diante de tal situação”, explica. “As pessoas vão do simples para o complexo, do fácil para o difícil. Dessa forma, conseguem sofisticar suas competências. Assim acontece na educação e no esporte”.

Lucilene conta que seu pai fazia isso: explicava os processos e passava a bola para ela. “Ele me mostrava como fazia e acreditava em mim. Isso foi fundamental para a minha formação. Esse incentivo, essa valorização da minha capacidade no decorrer da minha vida. Isso foi me fortalecendo. E eu tento fazer isso com as pessoas que convivem comigo. Fiz isso com meu filho e vejo isso acontecer com a Zoe, minha neta”.

A professora Paula ressalta que a autoconfiança é uma combinação de aspectos da personalidade, da singularidade de cada um, mas também de sua história de vida, do ambiente em que vive, de questões sociológicas, de oportunidades. “Quando uma pessoa reconhece que falta acreditar em si mesma, é preciso procurar uma ajuda especializada. Colocar um sentido nessa falta. Por qual motivo eu não confio em mim? Por que, naquele determinado momento da minha vida, me senti tão desconfiada de minha capacidade? A pessoa vai ressignificando as coisas que ela viveu. Ela pode ter uma força que ela nunca experimentou”, conta.

A falta de autoconfiança pode afetar gravemente a autoestima. Nesse momento, o indivíduo precisa de ajuda. “Quando a pessoa não tem autoconfiança, quando erra, ela experimenta uma devastação profunda. As pessoas têm muita tendência a sofrer quando algo não sai de forma bem- sucedida. E isso é normal e comum. É preciso ter conhecimento de que nem tudo está em nossas mãos. Que o mundo não vai se curvar ao nosso desejo”.

A professora destaca que uma pessoa sem autoconfiança pode ter a sorte de encontrar um grupo de apoio que lhe dará a mão e a fará se sentir segura para experimentar, para errar e aprender com esse erro. Mas nem todos têm essa sorte. “Quando a pessoa se percebe incrédula do que ela é capaz de fazer, eu sugiro sempre, como analista e psicóloga que sou, um processo terapêutico. Com certeza, contribuirá demais”, conclui.

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