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Colecionando memórias

Figurinhas, latas, camisetas de futebol, brinquedos, revistas e cartões postais. Quem nunca tentou colecionar alguma coisa? Apesar de para algumas pessoas ser apenas uma brincadeira, para outras, colecionáveis é coisa séria. É o caso do funcionário do setor de Manutenção Civil da Pró-Reitoria de Logística e Infraestrutura da PUC Minas Marcelo Augusto de França Oliveira, que hoje possui mais de 40 mil cartões de telefone de todo o Brasil, desde os comuns até os mais raros.

Marcelo começou a colecionar os cartões em 1997, quando eles ainda tinham utilidade e os “orelhões” não haviam perdido espaço para os celulares. O interesse surgiu do valor cultural e histórico que os cartões carregam. “Cartões foram um importante meio de divulgação da nossa cultura, fauna, flora e meio de propaganda. Eles foram um marco tecnológico no Brasil, pois a tecnologia dos cartões telefônicos brasileiros é 100% nacional, criada pelo engenheiro Nelson Guilherme Bardini, que na época revolucionou a telefonia pública no Brasil”, diz o funcionário.

Trocando com outros colecionadores e comprando de camelôs que vendiam cartões nas portas das sedes de operadoras, Marcelo conta que na medida em que os telefones públicos foram entrando em desuso, houve uma diminuição de comerciantes e de colecionadores de cartões telefônicos. O jeito foi começar a buscar pelos cartões na internet ou durante o encontro de colecionadores que acontece em Belo Horizonte a cada três meses.

Alguns dos cartões que possui são bastante raros e, de acordo com o funcionário, de grande valor. “Tem vários cartões que eu tive que fazer algumas loucuras financeiras, desembolsar valor elevado para adquirir. Um dos cartões raros e mais difíceis que eu tenho na coleção veio de surpresa. Eu comprei uma grande coleção, e entre os cartões mais ‘comuns’ estava um chamado de Alfândega, emitido pela operadora telefônica do Amazonas em 1998. Posso dizer que somente esse cartão valeu por toda a coleção que eu comprei”, conta Marcelo.

Apesar da grande quantidade de cartões que já possui, ele diz que ainda há alguns que estão na sua lista de desejos. Um deles é o chamado Lápis e Batom, que foi emitido pela operadora Brasil Telecom em 2001, e foi distribuído na primeira Conferência Latino-Americana de Mulheres Jornalistas. “Esses cartões têm tiragem de mil unidades cada, e foram distribuídos para as participantes do evento. Por terem muitas jornalistas estrangeiras, muitos foram para fora do país e pouca coisa foi captada pelos colecionadores”, explica o funcionário.

De acordo com Marcelo, os preferidos em sua coleção não são bem “um cartão”, e sim uma série de cartões em homenagem à Esquadrilha da Fumaça, lançada em dezembro de 1999, pela Telemar de Minas Gerais. Mas há dois que têm um lugar especial na coleção: um cartão em homenagem aos 50 anos da PUC Minas e outro cartão de mídia do Museu de Ciências Naturais PUC Minas. “O cartão de aniversário da Universidade eu ganhei de presente da funcionária Bárbara Loureiro, da Secretaria de Comunicação, ela me deu o cartão no folder de lançamento, que é uma peça raríssima. Já o cartão de mídia, foi um presente dado pelo professor Bonifácio José Teixeira, pelo intermédio importante da arquiteta Ana Paula. Esse também está no folder de lançamento dado pela operadora Oi. Para mim são presentes de muito valor”, diz o colecionador.

 

A paixão de Marcelo pelos cartões telefônicos foi além da coleção. Hoje, o funcionário realiza uma pesquisa sobre a história dos objetos. De acordo com ele, a ideia surgiu a partir das lacunas deixadas pelas operadoras no processo de emissão de séries temáticas para colecionadores. “A ideia é fazer pesquisas de localização de imagens para completar essas séries, entender o motivo pelo qual não foram emitidos todos. Com isso, eu tenho pesquisas realizadas no Museu das Telecomunicações do Rio de Janeiro, Museu Histórico Nacional, Museu de Castro Alves, entre outras instituições. Estou adquirindo alguns documentos históricos sobre emissão de cartões telefônicos e fazendo um catálogo. Futuramente eu quero escrever o primeiro livro sobre essa história”, explica o funcionário.

Marcelo já começou o processo para catalogar os cartões e começou pelo material chamado de prova de impressão, que é um material gráfico feito para a escolha de estampas antes da impressão definitiva. “Muitos cartões não chegaram a ser emitidos por diversos motivos, mas foram deixadas essas provas de impressão como documento. Eu acredito que isso faz parte da história da telecartofilia. Além do catálogo de provas de impressão, eu estou desenvolvendo um catálogo de folders e encartes de lançamento de cartões telefônicos”, diz Marcelo.

Marcelo conta que cresceu utilizando os cartões e por isso transformou a sua paixão em um meio de buscar conhecimento. “A minha história se confunde com a dos cartões, eles me acompanham desde a minha infância, através deles eu conquistei muitas amizades, muito conhecimento geral. Hoje, já adulto, estou feliz por meu trabalho ser reconhecido e respeitado no meio dos colecionadores”, conta Marcelo.

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