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Espírito de Natal na pandemia

Mesa farta, amigo oculto, agradecimento por tudo de bom que o ano ofereceu. Assim costumam ser as comemorações de Natal de muitas famílias representadas nas fotos. Mas o Natal de 2020 promete ser diferente e quebrar as tradições. Talvez uma das poucas datas não adiadas ou canceladas deste ano pela pandemia da Covid-19, o Natal precisará ser reinventado, preservando o encontro de pequenos grupos e o afeto virtual.

Para a família da tutora da PUC Minas Virtual Noeme Camargos, parte do grupo de 20 pessoas em torno da mesa ficará restrita à varanda da casa. “Minha mãe tem 77 anos e somente as filhas que cuidam dela poderão entrar em casa. Os maridos e netos poderão ir, mas vão ficar do lado de fora e usando máscara”, conta Noeme. Para ela, o mais difícil será a falta de contato. “Não poder abraçar e beijar. Não poder ter o contato direto como sempre foi, na hora do amigo oculto, dar o Feliz Natal com um abraço. Esse é o maior desafio que teremos neste momento de Natal”, enfatiza.

Na família de Marjorie Pimentel da Silva a reunião no dia 25 de dezembro, para o almoço de Natal, também terá adaptações. “Antes de tudo isso fazíamos uma pequena troca de presentes com muitos abraços e beijos. Este ano optamos por não fazer o amigo oculto e nem trocar presentes, já que alguns familiares perderam o emprego”, explica Marjorie. Durante o distanciamento social, a família utilizou como alternativa os contatos por meio virtual. “Moro perto da casa da minha mãe, então mantive o contato normalmente com ela. Já com os outros parentes, as videoconferências marcaram presença. Pelo menos uma vez por semana enviamos mensagens e a ferramenta de WhatsApp foi bem útil”.

Para a professora Karina Fideles, do Curso de Psicologia, de março até o momento nós aprendemos a nos reorganizar e nos adaptarmos ao que a situação nos exigiu. Com as comemorações do Natal não será diferente. “Deixar o final do ano sem o mínimo de contato é muito duro. O que tenho sugerido é que as pessoas elejam pequeníssimos grupos para manter a sanidade. Ser humano vive de afeto”, ponderou, mencionando a importância de vivenciar o momento do Natal e do Ano Novo à espera de um novo ano. “Precisamos fechar o ciclo. Mesmo sabendo que o próximo ano pode ser igual. Mas não será porque passamos este ano nos readaptando, reorganizando e mudando paradigmas. Fechamos este ciclo de aprendizado, conseguimos chegar até aqui, não incólumes. Então, como a gente pode se reorganizar para o próximo? É importante essa parada”. 

Para Karina, a palavra do momento para quem superou um ano de 2020 de tantas restrições e não sabe bem o que esperar de 2021 é resiliência. “Temos que nos apegar a este sentimento porque o que estamos vivendo está posto. Não adianta lutar contra isso. Está posto e é global. Precisamos nos apegar nesta capacidade humana de transformar tudo. Somos o ser vivo mais adaptável do planeta”, explica.

Para Marjorie, a expectativa de disponibilização de uma vacina contra o coronavírus ajuda a fazer planos animadores para o próximo ano. “Meus projetos continuam firmes. Pretendo dar sequência aos estudos e afastar sempre os pensamentos negativos. O principal aprendizado deste ano foi a criatividade, logo quando começou a pandemia tive que adaptar toda a minha rotina de trabalho e estudos para conseguir dar conta de tudo e tirar coisas boas da situação. Porque vai passar. Se tudo vai ser diferente e novo não sabemos. Nesse momento há uma série de questões que não podemos controlar, mas uma coisa é fato, nossa saúde mental vem em primeiro lugar”, finaliza.

 

 
Solidariedade

Para a professora Rosélia Junqueira, coordenadora da Pastoral no Campus Coração Eucarístico e Unidade São Gabriel, o momento exige cautela. “Estar junto é muito importante, mas tem gente querendo juntar a família inteira como se nada estivesse acontecendo. Não é hora. É hora de reunir como um pequeno presépio. Apenas as pessoas do núcleo familiar”, afirma. Ela explica que o momento é de demonstrar afeto, mas que ficar em casa é uma forma de cuidado e um gesto solidário. Rosélia lembra também que as chamadas de vídeo são uma forma de nos mostrarmos abertos ao outro e de demonstrarmos a nossa presença. “É como abrir a janela da nossa casa para conversar e deixar o outro entrar também”, comenta.

A professora Rosélia lembra que não podemos esquecer a importância da solidariedade. Neste e em todos os momentos. “Ninguém deveria se instalar no conforto de sua casa, de sua família, se esquecendo dos que não têm o mínimo para sua sobrevivência. Ninguém deveria se sentir totalmente confortável enquanto há milhares de famintos pelas ruas da cidade, há milhares de mulheres, homossexuais, jovens negros, indígenas, crianças abusadas, violentadas, mantidas à margem de uma sociedade que só se preocupa com seu prazer. Deus saiu de si e veio até nós! Portanto, um convite a cuidarmos uns dos outros”, explica.

Rosélia ainda destaca a importância de celebrarmos este momento com simplicidade e com o melhor que temos, a gratidão. “Devemos estar em família, em casa, na simplicidade do que somos e temos. Sem ter que mostrar nem mais nem menos do que somos de verdade. Sem esbanjar, sem exagerar, sem deixar apodrecer nenhum pedaço de pão. Sem fazer dívida para presentear além da minha condição. E, sim, fazer juntos uma prece de gratidão pela vida de toda a família. Enfim, gratidão pela humanidade viva”.

 

 

Para saber mais:

Selecionamos dicas das professoras Karina Fideles e Rosélia Junqueira de leitura e vídeo para reflexão sobre o tema tratado na matéria:

 

Dica da professora Karina Fideles:

 

LIVRO - Construindo a relação de ajuda, de Clara Feldman e Márcio Lucio de Miranda.

Segundo o Modelo de Ajuda, apresentado neste livro, é possível construir uma relação verdadeira com as pessoas que nos rodeiam, seja nos contatos profissionais, seja nos encontros do dia a dia. Basta, para isso, que sejam aprendidas algumas habilidades interpessoais, abordadas aqui de maneira sistemática e objetiva.

 

Dicas da professora Rosélia Junqueira:

VÍDEO: dedicar-se a ouvir com o coração o Benedictus, Mozart, executada pela Orquestra Filarmônica de Zagreb.

TEXTO: Natal: a humanidade e a jovialidade de nosso Deus – Leonardo Boff

 

 

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