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Viciados em tecnologia

O tempo excessivo no qual os jovens estão conectados aos smartphones e o isolamento da família são preocupações constantes dos pais na atualidade. Hoje já é comum encontrar crianças de dez anos com o próprio celular e com acesso às redes sociais e a jogos. Mas quando o uso excessivo pode representar risco ou ser considerado vício?

Para a professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia Márcia Stengel, a fronteira que define o vício é tênue. ”Podemos falar em vício em determinadas situações, mas há uma fronteira delicada entre o uso excessivo e o vício, já que nem todo mundo que usa excessivamente o celular seria um viciado”. Alguns indícios devem chamar a atenção dos pais: “Quando há mudança de comportamento na ausência do uso do celular, como nervosismo, agressividade, mau humor, quando a pessoa muda o padrão nas relações sociais ou quando interfere na atividade laboral. Nesses casos, devemos ficar atentos. De acordo com a especialista, o vício no celular pode ser comparado com outros vícios, como drogas, jogos de azar, bebidas. “Aí é necessário tratamento psiquiátrico, às vezes psicológico, e já tem serviços de atendimentos específicos para as compulsões relacionadas à vida digital”, informa Márcia.

Além do isolamento social, outro fator destacado por Márcia é que os pais não sabem muito bem o que os filhos fazem na rede. “Os pais acham que se os filhos estão em casa, estão protegidos. Ficam aliviados que não estejam na rua. Mas estão propensos a outros perigos agora, em função do celular, e os pais não têm muito esta consciência”, afirma. Os riscos são a pedofilia e a vulnerabilidade a sequestros, quando os jovens fornecem informações que podem colocá-los, e a família, em risco. Outros riscos ocultos na rede são o cyberbullyng, onde o espaço virtual é utilizado para intimidar e hostilizar uma pessoa, e o sexting, que é a troca de mensagens com conteúdo sexual.

 

Desafio

Márcia vê a tarefa dos pais de impor os limites na medida certa como o maior desafio da educação atual. “O mundo contemporâneo passa a exigir a interação digital. O convívio social e profissional passa a ser pautado pela tecnologia. A pessoa pode se recursar a participar das redes sociais, mas vai acabar sendo afetada: ela pode ser excluída, ter menos acesso a informações, pode participar menos de eventos, ficar à parte de determinadas atividades”, destaca a professora.

Além da exigência do mundo moderno, a professora Márcia, que coordena a pesquisa Pais, Filhos e a Virtualidade: gerações e os usos das tecnologias da informação e comunicação, destaca que uma das constatações da pesquisa é que é a família que insere a criança no contexto digital. “Os pais não se dão conta de que são eles que fazem a primeira inserção dos filhos na vida digital. Os celulares e tablets fazem hoje o papel de babá, assim como a TV. Em bares e restaurantes, é possível observar que os pais entregam o celular para que a criança não incomode os adultos”, frisa.

Para a professora, às vezes, os pais pensam pouco sobre o papel deles nesse contexto. “Os pais estão muito conectados e os filhos reclamam disso. Mas acredito que os pais não estão percebendo. Não percebem que um pouco da solidão dos filhos está ligada a isso”, avalia. Enquanto isso, os filhos se sentem sozinhos. “Esses relatos aparecem na pesquisa. Os jovens dizem que os jogos digitais interativos e as redes sociais são companhias para a solidão”, descreve.

O desafio é maior para famílias com adolescentes porque as crianças são mais fáceis de serem tuteladas. “Qual o limite dos pais na questão da busca da autonomia dos adolescentes? O que seria invasão da privacidade deste jovem que precisa ter maior autonomia para seguir na vida adulta?”, questiona.

A discussão sobre os limites está tão presente nos grupos de pesquisa da Universidade assim como nos lares brasileiros. Carlos Alberto da Silva Oliveira, secretário do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade, se depara com o desafio diariamente. Pai de Rodrigo Augusto, 14 anos, e Maria Luísa, sete anos, ele e a esposa criaram regras para o uso dos dispositivos móveis como uma forma de tornar o uso saudável e não prejudicar a rotina escolar. “Durante a semana não tem celular ou jogos aqui em casa”, afirma Carlos, taxativo. “Eu e minha esposa lemos algumas coisas sobre o assunto. Chegamos ao consenso de que deve haver limites. O celular pode ser prejudicial para a postura e também pode trazer para dentro de casa conteúdos impróprios”, explica. “Eu examino o histórico de acessos do celular e do tablet. É nossa responsabilidade, enquanto pais, acompanhar este uso”.

Apesar do cenário complicado para as famílias, a professora Márcia faz uma aposta alentadora para o futuro. “Minha aposta é de que as pessoas passaram por uma mudança radical em muito pouco tempo. Vai haver uma certa acomodação dessas questões, tornando possível gerenciar melhor a relação real e virtual”, resume.

 

 

Fonte: pesquisa TIC Kids Online Brasil

 

 

fonte: professora Márcia Stengel

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