Além da apresentação dos pilares de sustentação da qualidade dos serviços prestados no campus Contagem, os funcionários presentes na recepção de boas-vindas ao semestre participaram de uma reflexão sobre a atual crise hídrica que assola o Sudeste do País. A discussão foi comandada pelo professor Miguel Ângelo Andrade, chefe de departamento de Ciências Biológicas, que apresentou a palestra Água: bem comum. A temática da palestra está em consonância com diversas ações da Universidade, que vem desenvolvendo um amplo trabalho de sensibilização da comunidade acadêmica para a economia no consumo de água e outros insumos, em todos os campi e unidades, com o mote Mais que evitar o desperdício, é hora de economizar. Água, um bem de todos.
Para o professor Miguel, é necessário que as pessoas não somente economizem água, mas passem a se relacionar com o elemento mais necessário à vida de forma diferente, mais responsável e consciente. “Essas pequenas ações, como fechar a torneira ao escovar os dentes, é obrigação. Mas mais do que isso, é perceber o ciclo da água e a nossa cultura em relação a ela, entender que se está diante do bem mais precioso, que sem ele não tem vida”, defende.
Segundo ele, as mudanças em relação ao consumo devem ser feitas com consciência para que não se tornem apenas ações temporárias, mas sim hábitos adquiridos e incorporados ao cotidiano. Para garantir essa mudança, é necessário que todos entendam que é uma luta coletiva e se comprometam espontânea e legitimamente. “Temos que trabalhar em gotas, cada um fazendo o seu papel. E vamos começar com ações mais simples. Comecem com atitudes pequenas, mas comecem. E então, a sua gotinha passa a ter uma escala planetária. E isso é que é bacana: o movimento pela água. A água como instrumento de paz e não de guerra. Sem água não há vida e isso é uma condição de existência”, argumenta.
O professor também salienta que um dos principais indicadores de desenvolvimento de um país é o saneamento, e que, mais que um parâmetro ambiental, a água pode ser o índice socioeconômico de uma população. “A qualidade da água e o uso que se faz dela é uma forma de saber como a gente se trata. Se temos um bom nível de desenvolvimento, relação com a natureza”, explica. “Vamos nos responsabilizar mais, ter uma relação mais afetiva com a água e ter a água como nosso indicador de educação, de respeito, de organização, de compromisso”.
O pró-reitor do campus, professor Robson dos Santos Marques, considera que a crise hídrica enfrentada por alguns estados seja relevante para romper a crença de que os bens naturais são inesgotáveis e trazer à tona a necessidade de mudança do comportamento, individual e coletivo, em relação à natureza. “Nós somos chamados a refletir melhor sobre essa questão. Não é apenas comportar, mas fundamentar: precisamos construir ideias, construir conhecimento. Estamos em uma Universidade e a nossa função não é apenas economizar 30% de água. Não podemos permanecer apenas no campo de ações temporárias, senão volta a chover, os reservatórios retornam aos seus níveis e nós podemos novamente nos perder nesse imbróglio”, argumenta.
Pensando em iniciativas mais duradouras, o pró-reitor, juntamente com o professor Miguel, estuda a possibilidade de criar no campus Contagem uma Comissão de Sustentabilidade.
Acesse aqui um PUC Informa especial sobre economia de água, produzido pela Assessoria de Imprensa da Universidade.