Para refletir e debater sobre o Golpe de 1964 e as consequências políticas e sociais geradas no País em função da ditadura militar, o núcleo em Contagem realizou, no primeiro semestre deste ano, em parceria com a Fundação Cultural do Município de Contagem (Fundac), uma série de eventos comemorativos.
A programação foi aberta com a conferência Olhares sobre o Golpe de 1964 – 50 anos depois, conduzida pelo jornalista, antropólogo, filósofo, teólogo, escritor e assessor de movimentos sociais Frei Betto, que recebeu vários prêmios no Brasil e no exterior por sua luta em prol dos direitos humanos. Além da palestra, também aconteceram no núcleo mostras de cinema comentado, com filmes e documentários que retratam a época, e uma exposição com imagens e depoimentos sobre o período.
Em função da realização desta série de atividades, o pró-reitor adjunto, professor Robson dos Santos Marques, recebeu, da Câmara Municipal de Contagem, uma moção de parabéns. Para ele, essa moção significa um reconhecimento do papel que a Universidade tem na construção da democracia por meio da educação. "Acolher esse evento é algo fundamental para que a gente mantenha viva na memória da história brasileira um período que, para alguns, a gente deveria esquecer. Eu acredito que nós não podemos esquecer para que não se repita", afirmou.
Para ele, o período ditatorial ainda deixa marcas na sociedade, que se imprimem, principalmente, em períodos eleitorais. "Ronda-nos até hoje o medo de avançar no ponto de vista das liberdades: de expressão, de ideias, de cultura etc. Então, esse olhar é fundamental para nos atermos a algo que aconteceu no passado, mas ainda se faz presente. Frei Betto tem razão: nossa democracia pode não ser frágil, mas ainda requer construções", opinou.