Uma tarde marcada por reflexão e um testemunho sobre fé e amor à vida. Esse foi o tom da recepção de boas-vindas ao semestre, realizada no dia 25 de julho. O encontro é uma iniciativa do Comitê de Comunicação Interna, por meio da Pró-reitoria adjunta do núcleo em Contagem, e tem o objetivo de integrar os funcionários de diferentes setores, promovendo o desenvolvimento humano e social na Universidade.
A cada edição, uma atividade diferente é proposta em busca do bem-estar dos funcionários. Nesta, a programação contou com o testemunho de Henrique Traspadini, autor do livro biográfico Alegria e Fé: convivendo com a doença e a felicidade, no qual Henrique conta como descobriu, aos 18 anos, ser portador de uma doença renal crônica. Ele relata sua luta diária pela vida e como consegue manter a alegria e serenidade, mesmo tendo passado por dois transplantes, infartos e derrames, e viver atualmente com três sessões semanais de hemodiálise, ingestão de dez medicamentos diários, além de uma série de restrições alimentares.
Para ele, a vitimização nunca foi uma opção e, mesmo com tantas limitações, sempre tentou seguir uma rotina normal, por exemplo, nunca deixou de trabalhar. Ele sempre atuou no ramo de hotelaria e, atualmente, gerencia um restaurante. "Sempre trabalhei muito, para ocupar a minha cabeça. Senão eu já teria ficado louco", explicou.
Há oito anos, enquanto aguardava na fila para buscar medicamentos, uma repórter que estava no local ouviu a história. Do bate-papo, surgiu a primeira reportagem sobre a trajetória dele. Desde então, já concedeu inúmeras entrevistas e palestras e também lançou o livro, cuja renda da vendagem é totalmente revertida para a compra de cestas básicas, que são doadas a instituições carentes. Para ele, o grande segredo é sempre buscar fazer o bem, para o próximo e para si mesmo. "É possível conviver com a doença e ser feliz. Eu estou aqui, humildemente, para provar isso. É só sorrir mais, ter mais humor, ter mais amor", disse.
Para o professor Robson dos Santos Marques, pró-reitor adjunto do núcleo, as pessoas tendem a desistir muito facilmente dos seus objetivos diante de obstáculos elementares e, das várias lições deixadas por Traspadini, as de superação e esperança são as mais marcantes. "Todos nós sabemos que o futuro é incerto, mas antes mesmo de o alcançarmos, nós desistimos dele. O Henrique nos mostrou que o futuro dele é mais que incerto, é um futuro que não tem qualquer controle. Ele não tem a menor certeza de como será o amanhã, se será melhor ou pior, mas ele quer viver lutando por isso. Ele fala muito de alegria e fé, e eu acho que falta isso nas pessoas, não só na rotina de trabalho. Faltam fé, perseverança, fraternidade, perspectiva em acreditar em algo que é supremo à gente, que é Deus", disse.
Para ele, a recepção de funcionários, que já está na quarta edição, vem mostrando, cada vez mais, a sua importância. "Por mais singela que seja essa iniciativa, a gente trabalha para acolher, para se aproximar do outro. A questão relacional nos ambientes de trabalho, quando bem trabalhada, promove coisas inesperadas, inclusive do ponto de vista do empenho. Os ambientes de trabalho em que se investem no convívio, na harmonia e na integração se transformam", opinou o pró-reitor adjunto.