"Agradeço a todos que vieram celebrar o mistério da Páscoa conosco nesta tarde. É uma alegria vê-los aqui", afirmou o Reitor da PUC Minas, Prof. Dr. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva, ao presidir a Celebração Eucarística da Páscoa nesta terça-feira, 11 de abril, no Centro de Espiritualidade Jesus Pão da Vida, Campus Coração Eucarístico.
Ao comentar o Evangelho do dia (Jo 20,11-18), que traz a narrativa de João sobre o sofrimento de Maria Madalena diante do sepulcro e, posteriormente, seu encontro com Jesus ressuscitado, que a incumbe da missão de anunciar a sua volta ao restante dos seus seguidores, Prof. Dr. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva observou que ela vivia ali o seu luto, que é um processo particular e ilimitado. "Estando ali ela chora porque é isso o que fazem as pessoas que verdadeiramente amam e são amadas, são movidas pela saudade e se emocionam. Somente aquele que por isso passa, sabe o quão duro é o processo da separação eterna. E o que fazer senão chorar?", indagou.
Ele ressaltou, porém, que luto é diferente de lamentação. “É uma aceitação da perda daquilo que nunca mais será restituído”, explicou, lembrando que Maria Madalena viveu sua dor de forma silenciosa e solitária, mas que não lamentou, e sim recordou tudo o que Jesus fez por ela e por todos que amou, desencadeando, assim, em um processo de cura. “É preciso viver além das feridas para que venha a cicatrização”, afirmou.
O Reitor pontuou que o processo de cura, entretanto, só é materializado diante do profundo desejo do ser humano, assim como foi o de Maria Madalena, ao viver suas dores diante do sepulcro. “O sentido do horizonte é a cicatrização da ferida, e não é fácil viver na resiliência de querer alcança-lo”, destacou. Para isso, é preciso sempre buscar esperança e transformação.
Segundo ele, alguns estudiosos afirmam que a sociedade contemporânea é conhecida como “a sociedade do cansaço” justamente porque vivemos com a mente cheia de ruídos. “Insistimos em dar voz àquilo que deveria ser silenciado, curado e transformado. Por isso que estamos doentes”, explicou. Por isso, é necessário que aprendamos a silenciar e escutar. A escuta é, inclusive, uma tradição católica. “A Palavra é proclamada e nós a escutamos”, observou, ressaltando que “processos de transformação demandam tempo, silêncio e escuta, mas são eles que fazem efeito”, completou.
Ele finalizou a homilia fazendo votos de que, no que definiu como o coração da Universidade – o Centro de Espiritualidade Jesus Pão da Vida –, todos tenham a mesma certeza que Maria Madalena, que testemunhou o milagre da vida sobre a morte, quando for perguntado o que buscais?. “Que possamos abandonar as coisas velhas em busca das coisas novas, abandonar o homem velho ressuscitar o homem novo que somos chamados a ser, e que isso mude nossas vidas, apesar das lágrimas, feridas e cicatrizes, mas pelo horizonte da vida nova que Cristo nos concede”, estimou.
A Celebração teve a participação dos Quartetos de Cordas e Vocal e do Coral PUC Minas que, sob a regência do maestro Daniel Augusto Oliveira Machado, apresentaram a Missa Brevis, de Jacob de Haan, além de repertório complementar que incluiu Misericordias Domini (Henryk Jan Botor), apresentada pelo Coral PUC Minas, e composições do Reitor, Prof. Dr. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva: