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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais | Junho/Julho de 2022 - nº 41

Lançamento do livro O Novo Humanismo: Paradigmas Civilizatórios para o Século XXI a partir do Papa

Bruno Timóteo
Oito dos 25 colaboradores da obra participaram da mesa de lançamento no dia 13 de maio
Oito dos 25 colaboradores da obra participaram da mesa de
lançamento no dia 13 de maio

"Gostaríamos de ver (o livro) na prática humanística em cada Instituto e Faculdade da Universidade. Esse livro quer ser e será referência para a construção de um novo humanismo", disse o reitor da PUC Minas e bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, durante o lançamento da obra O Novo Humanismo: Paradigmas Civilizatórios para o Século XXI a partir do Papa Francisco. O evento ocorreu no dia 13 de maio, no Teatro João Paulo II (prédio 30), Campus Coração Eucarístico.

Dom Joaquim Mol elencou alguns pontos importantes da obra, que tem a contribuição de 25 colaboradores: já está em operação uma mudança de época, com a exaustão do humanismo como o praticado nesta era, um exaurimento do humanismo ocidental cristão e agora entrando em um outro caminho. "Não são poucos homens que pensam a história das civilizações com o término do humanismo e deixam em aberto o que precisamos alcançar", pontuou Dom Mol. "Ou aprofundamos ou mergulharemos no caos. O novo humanismo precisa andar a passos largos; o papa tem traduzido em gestos, mobilizações e reflexões de homens e mulheres de boa vontade".

O livro tem caráter enciclopédico, vai contribuindo, acendendo luzes dos diferentes saberes, disse o reitor, fazendo referência aos diversos artigos que compõem a obra. Ele explicou que o livro é dividido em quatro partes: Francisco e a emergência do novo humanismo; Tempos de mudanças e mudanças de tempo; O novo humanismo no horizonte da esperança; Desafios atuais para um novo humanismo em ação.

O reitor afirmou que um exemplar do livro irá chegar para o Papa Francisco e para as universidades católicas brasileiras, para ativistas, dicastérios (ministérios) do Vaticano relacionados ao humanismo. Dom Mol elogiou a Paulus Editora, apontando que é uma grande parceira, tendo produzido "um livro costurado, com belíssima imagem de capa".

Compuseram a mesa de lançamento, além do reitor, os professores da PUC Minas Robson Sávio Reis Souza, coordenador do Nesp; Adriana Maria Brandão Penzim; João Carlos Lino Gomes; José Luiz Quadros de Magalhães; Juliana Gonçalves Jayme; Luciana Teixeira de Andrade; Márcia Stengel; e Carlos Alberto Alvim, da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje).

O professor Robson ressaltou a vontade do reitor da PUC Minas de que a publicação seja utilizada e referenciada em toda a Universidade. Ele disse que o livro foi uma obra feita a muitas mãos, produção coletiva e institucional, com a participação de autores da Espanha e Inglaterra. O professor Robson afirmou ainda que a Paulus Editora acolheu a publicação com muito esmero, tanto o projeto gráfico, capa, "um cuidado necessário para que pudesse alcançar mentes e corações".

O professor Robson situou a criação do novo humanismo pela perspectiva bíblico-cristã, a partir da dignidade humana de que Deus cria o homem e a mulher, tema tratado na Declaração Universal dos Direitos Humanos. "O papa Francisco rema a ideia de dignidade de que todos são filhos de Deus, resgatando os que são descartados". São duas dimensões resgatadas: os seres e a natureza. O livro é uma obra inspiradora, o papa faz teoria do novo humanismo, prega práxis", afirmou.

A professora Adriana Penzim disse que o livro foi uma solicitação do reitor Dom Joaquim Mol, à luz do que nos comanda o papa. "O mundo está passando tempos terríveis, e o livro favorece que corações se encham de amor e reflexão", destacou, dizendo que a expectativa é que a obra possa ser a semente de transformação a que convida o Papa Francisco.

Em seguida, cada integrante da mesa de abertura falou sobre o artigo que produziu para o livro sobre o Novo Humanismo. Publicada pela Paulus Editora, e tendo o reitor da PUC Minas como um dos organizadores, a obra reúne 25 autores e apresenta as ideias e as ações do Papa Francisco que apontam para a aurora de um novo humanismo.

Mais sobre a obra

A apresentação da obra destaca que, ao inaugurar-se o terceiro milênio, um incômodo mal-estar, generalizado e insistente, se alastra pelas relações econômicas que privilegiam um seleto grupo de bilionários e condena milhões à pobreza e à miséria. "O sistema político de participação democrática está ameaçado por toda sorte de movimentos reacionários que prezam a morte e o incremento da violência como regimes legítimos. As novas tecnologias têm se mostrado ambíguas: ao mesmo tempo em que ampliam possibilidades, também dão espaço a formas de sociabilidade calcadas em toda sorte de violência. A destruição ambiental chegou ao ponto em que a própria vida no planeta começa a ficar ameaçada."

O texto destaca que essa conjuntura tornou-se ainda mais distópica com a chegada da pandemia. Todos esses temas mencionados ganharam nova intensidade, persistindo e trazendo perplexidade  e assombro  à humanidade.

Contudo, diz o texto, discursos e atitudes do Papa Francisco contrastam intensamente com o cenário atual e sugerem a possibilidade de uma nova forma de vida. "Um mundo em que a morte não tenha a última palavra. Em lugar da exclusão e da miséria, o papa propõe um novo humanismo. Em lugar da destruição do planeta, Francisco propõe o cuidado com a 'casa comum' O novo humanismo põe no centro a vida. Todas as formas de vida. Tudo está interligado."

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