"Gostaríamos de ver (o livro) na prática humanística em cada Instituto e Faculdade da Universidade. Esse livro quer ser e será referência para a construção de um novo humanismo", disse o reitor da PUC Minas e bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, durante o lançamento da obra O Novo Humanismo: Paradigmas Civilizatórios para o Século XXI a partir do Papa Francisco. O evento ocorreu no dia 13 de maio, no Teatro João Paulo II (prédio 30), Campus Coração Eucarístico.
Dom Joaquim Mol elencou alguns pontos importantes da obra, que tem a contribuição de 25 colaboradores: já está em operação uma mudança de época, com a exaustão do humanismo como o praticado nesta era, um exaurimento do humanismo ocidental cristão e agora entrando em um outro caminho. "Não são poucos homens que pensam a história das civilizações com o término do humanismo e deixam em aberto o que precisamos alcançar", pontuou Dom Mol. "Ou aprofundamos ou mergulharemos no caos. O novo humanismo precisa andar a passos largos; o papa tem traduzido em gestos, mobilizações e reflexões de homens e mulheres de boa vontade".
O livro tem caráter enciclopédico, vai contribuindo, acendendo luzes dos diferentes saberes, disse o reitor, fazendo referência aos diversos artigos que compõem a obra. Ele explicou que o livro é dividido em quatro partes: Francisco e a emergência do novo humanismo; Tempos de mudanças e mudanças de tempo; O novo humanismo no horizonte da esperança; Desafios atuais para um novo humanismo em ação.
O reitor afirmou que um exemplar do livro irá chegar para o Papa Francisco e para as universidades católicas brasileiras, para ativistas, dicastérios (ministérios) do Vaticano relacionados ao humanismo. Dom Mol elogiou a Paulus Editora, apontando que é uma grande parceira, tendo produzido "um livro costurado, com belíssima imagem de capa".
Compuseram a mesa de lançamento, além do reitor, os professores da PUC Minas Robson Sávio Reis Souza, coordenador do Nesp; Adriana Maria Brandão Penzim; João Carlos Lino Gomes; José Luiz Quadros de Magalhães; Juliana Gonçalves Jayme; Luciana Teixeira de Andrade; Márcia Stengel; e Carlos Alberto Alvim, da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje).
O professor Robson ressaltou a vontade do reitor da PUC Minas de que a publicação seja utilizada e referenciada em toda a Universidade. Ele disse que o livro foi uma obra feita a muitas mãos, produção coletiva e institucional, com a participação de autores da Espanha e Inglaterra. O professor Robson afirmou ainda que a Paulus Editora acolheu a publicação com muito esmero, tanto o projeto gráfico, capa, "um cuidado necessário para que pudesse alcançar mentes e corações".
O professor Robson situou a criação do novo humanismo pela perspectiva bíblico-cristã, a partir da dignidade humana de que Deus cria o homem e a mulher, tema tratado na Declaração Universal dos Direitos Humanos. "O papa Francisco rema a ideia de dignidade de que todos são filhos de Deus, resgatando os que são descartados". São duas dimensões resgatadas: os seres e a natureza. O livro é uma obra inspiradora, o papa faz teoria do novo humanismo, prega práxis", afirmou.
A professora Adriana Penzim disse que o livro foi uma solicitação do reitor Dom Joaquim Mol, à luz do que nos comanda o papa. "O mundo está passando tempos terríveis, e o livro favorece que corações se encham de amor e reflexão", destacou, dizendo que a expectativa é que a obra possa ser a semente de transformação a que convida o Papa Francisco.
Em seguida, cada integrante da mesa de abertura falou sobre o artigo que produziu para o livro sobre o Novo Humanismo. Publicada pela Paulus Editora, e tendo o reitor da PUC Minas como um dos organizadores, a obra reúne 25 autores e apresenta as ideias e as ações do Papa Francisco que apontam para a aurora de um novo humanismo.
Mais sobre a obra
A apresentação da obra destaca que, ao inaugurar-se o terceiro milênio, um incômodo mal-estar, generalizado e insistente, se alastra pelas relações econômicas que privilegiam um seleto grupo de bilionários e condena milhões à pobreza e à miséria. "O sistema político de participação democrática está ameaçado por toda sorte de movimentos reacionários que prezam a morte e o incremento da violência como regimes legítimos. As novas tecnologias têm se mostrado ambíguas: ao mesmo tempo em que ampliam possibilidades, também dão espaço a formas de sociabilidade calcadas em toda sorte de violência. A destruição ambiental chegou ao ponto em que a própria vida no planeta começa a ficar ameaçada."
O texto destaca que essa conjuntura tornou-se ainda mais distópica com a chegada da pandemia. Todos esses temas mencionados ganharam nova intensidade, persistindo e trazendo perplexidade e assombro à humanidade.
Contudo, diz o texto, discursos e atitudes do Papa Francisco contrastam intensamente com o cenário atual e sugerem a possibilidade de uma nova forma de vida. "Um mundo em que a morte não tenha a última palavra. Em lugar da exclusão e da miséria, o papa propõe um novo humanismo. Em lugar da destruição do planeta, Francisco propõe o cuidado com a 'casa comum' O novo humanismo põe no centro a vida. Todas as formas de vida. Tudo está interligado."