"Nós precisamos deste humanizar e a Universidade tem uma tarefa importante e muito bonita nesta perspectiva. Exatamente porque lida com a ciência, com o conhecimento, com a técnica e tem a possibilidade de contribuir de modo muito decisivo por meio da experiência de um relacionamento qualificado a partir do conhecimento de si", afirmou o grão-chanceler da PUC Minas e arcebispo metropolitano de Belo Horizonte durante o 1º Encontro de Formação Identitária com Docentes – pelos caminhos da educação humanista, realizado pelo programa Humanizar com os líderes e as líderes intelectuais e de gestão da PUC Minas na tarde de 30 de maio, no Teatro João Paulo II, Campus Coração Eucarístico.
Dom Walmor tratou da temática Pacto Educativo Global: para além de uma educação tecnicista. “Ensinar não é teorizar, mas compartilhar experiências e transmitir convicções”, ressaltou o grão-chanceler mencionando pensamento de Santa Tereza D’Avila. “É o que faço aqui hoje. A técnica é fundamental. Ela nos dá a competência necessária de desenvolvermos as habilidades a partir das aptidões que recebemos como dom de Deus. Para a educação ser além da técnica, ela precisa ser marcada pela especialidade do relacionamento. O segredo maior do processo educativo é exatamente o relacionamento. Significa interação e envolvimento com o mundo do outro”. Dom Walmor destacou ainda a importância da autoconsciência pessoal para abrir as portas para a humanização das relações, uma vez que conhecer a si mesmo amplia a possibilidade de abrir-se ao mundo e ao outro. “É preciso uma experiência importante, que é a autoconsciência pessoal. Este é o nosso maior desafio. Precisamos de um investimento permanente para dar esta competência humana que pode fazer de cada um de nós um instrumento de humanização. O conhece-te a ti mesmo na educação tem que ser pensado como experiência de ativação daquilo que é e deve ser constitutivo de nós mesmos, a reciprocidade. Não há como ter humanização fechado em si mesmo”, frisou. “Reciprocidade é a capacidade do ser humano de compartilhar a sua energia, de sustentar a inovação. Reciprocidade é o que gera em nós a comunhão. Sem comunhão não há humanização”, finalizou o grão-chanceler.
O Pacto Educativo Global é do Grupo de Reflexão e Trabalho (GRT) de mesmo nome pertencente ao Anima – Sistema Avançado de Formação, Identidade e Missão, coordenado pela professora Carla Ferretti, diretora do Instituto de Ciências Humanas da PUC Minas. Na oportunidade, a professora Carla convidou os docentes presentes a se envolverem no trabalho desenvolvido pelo GRT, inclusive contribuindo com a catalogação em andamento de informações sobre iniciativas já desenvolvidas na Universidade relacionadas ao Pacto Educativo Global. Os interessados podem enviar e-mail para a secretaria do Anima: anima.secretaria@pucminas.br
O projeto Humanizar
O projeto, idealizado e realizado pela Pastoral Universitária, segue a trilha do novo humanismo proposto pelo Papa Francisco e tem o objetivo de promover a formação identitária com os docentes. “Este projeto pode se chamar Ecohumanizar para ser ainda mais sensível às questões hoje colocadas em pauta”, explicou o reitor da PUC Minas e bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, durante a abertura do evento. Dom Mol destacou o artigo 22 da Ex Corde Ecclesiae, constituição apostólica criada há 31 anos que norteia as universidades católicas em todo o mundo, para explicar a importância da iniciativa. “Os professores cristãos são chamados a serem testemunhas e educadores de uma autêntica vida cristã, a qual manifeste a integração conseguida entre fé e cultura, entre competência profissional e sabedoria cristã. Todos os professores devem ser inspirados pelos ideais acadêmicos e pelos princípios de uma vida autenticamente humana”.
O programa Humanizar pretende reunir uma vez por semestre, por uma hora, as lideranças da Universidade para discutir e refletir sobre relações entre novo humanismo e educação, economia e ações práticas, partindo dos estudos propostos pela PUC Minas em consonância com documentos eclesiais e abordando a relação entre esses documentos e as práticas específicas em âmbito universitário. Inscreveram-se para este primeiro encontro 625 docentes.