“A democracia está, de muitas formas diferentes, ferida. Ferida, e pode ser ferida de morte. São feridas já muito profundas e uma delas é a terrível: a malévola associação entre o poder autoritário e a religião reacionária”. A afirmação é do professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, reitor da PUC Minas e bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, durante a abertura do Congresso Internacional da Soter, realizado em julho sobre a temática Religião, Laicidade e Democracia – Cenários e Perspectivas. “Se a religião não serve para compreender que a laicidade é crucial, também não há de servir para ser considerada uma religião séria”.
Durante a sua apresentação, Dom Mol falou sobre a urgência do reconhecimento da importância da laicidade pelas religiões e a necessidade de manter a esperança em tempos difíceis, introduzindo a reflexão sobre o papel da teologia em meio à pandemia do coronavírus e à crise do Estado Democrático de Direito.
O encontro reuniu em torno de 800 teólogos e cientistas da religião para reflexões sobre os novos cenários e as perspectivas em tempos de pandemia.
Transmitido em formato on-line, o primeiro dia do evento, ocorrido no dia 13, contou com a participação do cantor Ninho Mathias, na abertura do Momento Cultural. Em seguida, a abertura oficial foi feita presidente da Soter, Cesar Augusto Kuzma, professor Dom Joaquim Mol e o coordenador da área de Ciências da Religião e Teologia da Capes, professor Flávio Senra.
Em seguida, aconteceu a palestra de Pedro Ribeiro de Oliveira, da Rede Brasileira de Fé e Política (Refep), sobre o tema Religião, laicidade e democracia: cenários. Após o intervalo, a conferência seguiu com a segunda e última apresentação, encerrando com a palestra de Roberto Romano, da Unicamp, intitulada como Religião, laicidade e democracia: perspectivas filosóficas.