Espaço Aberto

Newsletter da Pró-reitoria Adjunta do Barreiro

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais | Nov/Dez 2020 - nº 39

Seminário de Extensão: conexões em tempo de pandemia

A professora Isabel Pimenta falou sobre neurociências e incertezas do cenário atual
A professora Isabel Pimenta falou sobre neurociências e
incertezas do cenário atual

“Foi um evento de extrema importância, principalmente devido às diretrizes atuais de curricularização das atividades de extensão das universidades. Ele demonstra a força e a importância da Extensão na nossa Unidade”, afirmou o pró-reitor adjunto da Unidade Barreiro, professor Hélvio de Avellar Teixeira, a respeito da realização do XIV Seminário de Extensão da PUC Minas Barreiro, no dia 11 de novembro. O evento teve como tema as Novas conexões em tempo de pandemia. A professora e psicóloga Isabel Pimenta, coordenadora do Programa Entrelaços: saúde mental dos universitários do Grupo Anima de Educação, apresentou a live Psicologia e Neurociências (IN) Certezas do Cenário Atual. “O Seminário de Extensão, por meio da palestra principal, proporcionou tempo e espaço para reflexão sobre o impacto da pandemia na vida das pessoas”, disse o coordenador de Extensão da Unidade, professor Pedro Ivo Alexandre de Oliveira. “Foram também desenvolvidas oficinas e relatos de experiência sobre as atividades de extensão que puderam ser adaptadas e desenvolvidas neste ano tão atípico. Mostrou que a extensão não parou na Unidade Barreiro”, reforçou.

Estratégias de resiliência

“As pessoas têm criado estratégias de resiliência para fazer dessa pandemia o motivo e o momento para desenhar uma nova configuração. É possível sair diferente e sair melhor, não vai ser para todo mundo e não é possível para todos”, destacou Isabel. Durante a live, a professora Isabel falou sobre o comportamento humano na pandemia e quais são as nossas possibilidades de enfrentamento.

Para Isabel, a pandemia alimenta nosso cérebro com variados fatores que favorecem o adoecimento. “Nosso cérebro está hiperativado, acelerado, a gente produz pensamentos aumentados, hipervalorizados, antecipatórios e distorcidos. Isso quer dizer que vamos construindo uma interpretação antecipatória, muitas vezes sem nenhum elemento concreto e muitas vezes de forma distorcida. Chamamos isso de distorção catastrófica”, explica. Esta “guerra interna” altera os níveis de dopamina e serotonina, que são neurotransmissores importantes para a regulação da sensação de bem-estar, ocorrendo alteração de humor e energia vital. “O cérebro começa a ficar cansado porque ele está tendo que lidar com uma guerra, com uma situação estressante e externa. E começa a rebaixar o seu funcionamento para economizar energia e passa a desregular todo o seu funcionamento”, enfatizou Isabel.

Para dar conta destas situações, o cérebro precisa se reorganizar e aprender. É a plasticidade cerebral. De acordo com a especialista, durante a pandemia nós estamos aprendendo e nos readaptando à nova realidade. “Estamos aprendendo um outro jeito de viver a vida, uma outra forma de encarar situações. Isso é aprendizagem e só conseguimos ter essa aprendizagem porque fazemos novas conexões”.

A professora pontuou estratégias que podem ser vistas como alertas e como dicas por algumas pessoas. A primeira delas é o autocuidado. “Precisamos nos cuidar, para conseguir cuidar do outro. Preciso olhar para mim e ver quais são os meus limites, acolher os meus limites, as minhas dificuldades, entender que todos estão passando pela mesma situação”. É preciso também evitar hábitos prejudiciais, considerando que houve aumento do consumo de álcool, de substâncias químicas, de alimentação pouco saudável, disse ela. “Ou seja, a gente acaba escolhendo hábitos prejudiciais e indo para essa via que é disfuncional. Descarrega ansiedade e frustração nesses hábitos”.

Isabel destacou também que é muito importante pensar em atividades que produzam tranquilidade. “Computador e celular, as telas de uma maneira geral, hiperativam muito o cérebro. Então, precisamos pensar em atividades que desaceleram, atividades de respiração, de imagens mentais. A ioga e o mindfulness têm sido extremamente acionados nesse momento, porque nos acalmam mesmo”.

Além disso, Isabel mencionou que é importante estabelecer uma rotina e pontuou que a religiosidade e a fé são questões de grande proteção diante de tantos fatores de risco. “Estas são algumas pistas para aumentarmos a nossa chance de não adoecermos, trabalhando para que nosso cérebro esteja mais fortalecido, organizado e regulado”, finalizou.

Após a live, os estudantes puderam participar de oficinas sobre diversos temas como alimentação consciente, experiência de Pesquisa, Extensão e Ensino, gestão do tempo, marketing digital, entre outras.

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