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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais | Outubro/Novembro de 2020 - nº 36

Abertura do XVIII Simpósio do ICH: construção do Pacto Educativo Global

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Dom Mol destacou a necessidade de transformação de diversas dimensões da vida humana para a construção do Pacto Educativo Global
Dom Mol destacou a necessidade de transformação de diversas
dimensões da vida humana para a construção do Pacto
Educativo Global

Um novo olhar e uma transformação de diversas dimensões que circundam o ser humano, como as dimensões econômicas, políticas e sociais, estão em discussão para a construção de um Pacto Educativo Global, chamado do Papa Francisco à construção de uma educação humanista, porque inclusiva e libertadora. “Estamos todos mais que convidados para colocar sob o foco a meta do Pacto Educativo Global. Mais do que convidados, estamos convocados. É uma convocação da pessoa do Papa Francisco, é uma convocação da lucidez, inteligência, da boa vontade, de todos quantos têm trabalhado para que este mundo seja melhor”, pontuou o reitor da PUC Minas e bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, durante a abertura do XVII Simpósio do Instituto de Ciências Humanas, transmitido pelo Youtube do Instituto no dia 29 de setembro. Também durante a abertura do evento foi lançado o Decálogo da Educação Humanista, publicação que reúne textos que se dedicam a refletir sobre o Pacto Educativo Global.

Dom Mol destacou três importantes pontos para que o Pacto Educativo Global seja firmado. O primeiro deles é educar as pessoas para a transformação do mundo. “A grande transformação que o mundo necessita depende de pessoas com espírito transformador, com espirito permeado todo ele de significado, todo ele como disposição, pré-disposição para ação de um espírito transformador”, afirmou. Além disso, para Dom Mol, educar para a transformação do mundo é educar em um ambiente humanista e para o humanismo. “Tanto a prática da educação para a transformação do mundo, quanto a meta da pessoa nesse processo formativo precisam se dar na perspectiva de um novo humanismo”, ponderou. A convocação para o Encontro de Assis, que acontecerá em novembro deste ano na cidade de Assis (Itália), “que é o Encontro da Economia de Francisco e Clara e também o Pacto Educativo, está justamente imprimindo os dois grandes eventos mobilizadores de tantas forças do espírito do novo humanismo”, destacou.

O segundo ponto destacado é a educação para o novo humanismo, que precisa superar o humanismo antropocêntrico. “O novo humanismo pretende superar o humanismo antropocêntrico moderno que, ao colocar o ser humano no centro, esquivou-se de olhar tantas outras realidades ao redor, gerando uma grande dificuldade para o planeta e para as relações entre as sociedades”, explicou o reitor. Para isto, é preciso pensar um humanismo em que tudo é reconhecido como interligado e percebermos que precisamos ter ligações uns com os outros, com o diferente. “Assim, nossos humanos passos, ou os passos humanos que nós damos, não se perderão no deserto do vazio sem sentido. Se nós cuidamos de um novo humanismo que se abre para os diferentes e para o grande Outro, o grande diferente, que inspira todos nós”, mencionou Dom Mol, fazendo alusão ao padre Lima Vaz, falecido em 2002.

Para o processo de educação para um novo humanismo, Dom Mol relacionou cinco importantes dimensões da vida que têm sido contempladas nas reflexões relativas ao Pacto Educativo Global. Em primeiro lugar as novas economias, que sejam determinadas pela solidariedade e que substituam o modelo determinado como único pelo fatalismo econômico. Também é necessário reinventar novas formas de política. “De modo que o âmbito político não seja mera justificativa do que é colocado pela razão econômica mas, capaz de abrir trilhas para a repartição de tudo o que foi acumulado por uma parcela muito pequena da humanidade”, frisou. A terceira dimensão está na abertura para novas culturas. “A capacidade que nos faz voltar o nosso pensamento, o nosso coração, aquele sensor que existe dentro de cada um de nós que nos sintoniza com a ecologia integral”. A quarta dimensão é a religiosa, que precisa ser dominada pela autenticidade. “Precisamos que a religião aceite o desafio de tornar-se autêntica, testemunhal. Que clama por uma vacina. Precisamos de uma vacina potente contra o fundamentalismo, contra o reacionarismo, clericalismo, pastoralismo, presente nas religiões que temos. Novas formas de viver a religião”, afirmou. A quinta e última dimensão está relacionada à singularidade de cada um, de modo que possamos enxergar a essência do ser humano. “O humano importa, todos os humanos, indistintamente”, finalizou.

Após a abertura, ocorreu a conferência A Construção de um Pacto Educativo Comum, ministrada pela diretora do Colégio Santo Agostinho Contagem, professora Aleluia Heringer, com mediação da chefe de departamento de Educação e coordenadora do Curso de Pedagogia, professora Sheilla Brasileiro.

O Decálogo

O Decálogo da Educação Humanista, publicado pela PUC Minas, reúne textos que se dedicam a refletir sobre o Pacto Educativo Global, um chamado do Papa Francisco à construção de uma educação humanista, porque inclusiva e libertadora. A publicação traz a carta do Papa que convoca os cristãos de todo o mundo ao Pacto e um documento com orientações de trabalho para o Pacto Educativo.

A apresentação do Decálogo é do reitor da PUC Minas, e o livreto traz reflexões dos diretores de institutos e faculdades da Universidade, que representam todas as áreas de conhecimento. A organização é do secretário de Comunicação, professor Mozahir Salomão Bruck.

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