Em breve, a PUC Minas ampliará a oferta de Medicina. O Curso, que já é lecionado no Campus Betim desde 2012, também será implantado nos campi Contagem e Poços de Caldas, que obtiveram autorização do Ministério da Educação (MEC), publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 26 de setembro de 2016. A expectativa de abertura dessas novas opções é a partir do 2º semestre de 2017, com oferta de 50 vagas anuais em cada Campus.
Para se preparar para a oferta do curso em Contagem, foram criados dois Grupos de Trabalho (GTs). Um interno, composto por membros do Núcleo Docente Estruturante do curso - definido pelo reitor, professor Joaquim Giovani Mol Guimarães, em ato de designação publicado em 24 de maio. Este grupo é composto pelos seguintes professores: Gilmar Reis, Roberto Veloso Gontijo, Silvana Márcia Bruschi Kelles, Leonor Tapias da Mata Machado e Leonardo Cançado Monteiro Savassi. Também fazem parte do GT o pró-reitor adjunto, Robson dos Santos Marques; o diretor acadêmico, Odil de Lara Pinto; o diretor do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), Raul de Barros Neto; a assessora para questões de estágio, Ninon de Miranda Fortes; e a assessora pedagógica, Simone Reissinger. Eles se reúnem quinzenalmente a fim de definir as diretrizes do curso, que envolvem acervo da Biblioteca, estruturação do espaço físico para as suas atividades, composição do corpo docente e projeto pedagógico. Todos esses critérios serão avaliados em visita da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação superior (Seres) e da Comissão de Avaliação das Escolas Médicas (Caem), órgãos pertencentes ao MEC, em data ainda a ser definida pelo Ministério.
O segundo grupo de trabalho, formado pelo GT interno da Universidade juntamente com representantes da Secretaria Municipal de Saúde, vem se reunindo desde fevereiro, com o objetivo de definir a relação do curso com a estrutura de saúde do município, além de apresentar à Universidade o diagnóstico de saúde da cidade, como principais causas de atendimento na rede, dados sobre as principais doenças que acometem seus habitantes, etc. “Cerca de metade do curso é extra-muro da Universidade. Acontece nas Unidades Básicas de Saúde, nas Unidades de Pronto Atendimento do município. Daí, a importância desses grupos de trabalho”, explica o professor Robson dos Santos Marques, que revela que, de acordo com o projeto pedagógico do curso, os alunos terão oportunidade de vivenciar a profissão na prática desde os períodos iniciais, medida importante na premissa de oferecer uma formação mais humanizada.
“A ideia da formação humanística é a base da PUC Minas. Não apenas com médicos, mas em qualquer profissão, temos que ter essa perspectiva. O que nos diferenciou em uma disputa tão acirrada foi exatamente a essência da Universidade que tem como missão oferecer conhecimento buscando o desenvolvimento social”, explica o pró-reitor, lembrando a origem do edital, o programa Mais Médicos, esforço do governo federal para a melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O professor ainda destaca que, apesar das especificidades do edital, a matriz do curso ofertado nos três campi da Universidade – Betim, Contagem e Poços de Caldas – é a mesma, o que varia é a regionalização de acordo com as necessidades de cada município onde estão instalados.
Além dos GTs preparatórios, o Campus Contagem passa por diversas reformas estruturais com o intuito de atender os pré-requisitos relacionados ao espaço físico estabelecidos pelo MEC, como a reforma do prédio 2, que abrigará os laboratórios do curso.
Processo de implantação dos cursos
A autorização para o funcionamento dos novos cursos de Medicina na PUC Minas foi concedida em um processo inédito realizado pelo MEC em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do programa Mais Médicos, que traça como meta alcançar uma relação de 2,7 médicos por mil habitantes – similar à dos países mais desenvolvidos. Para isso, é necessário chegar a 2026 com 600 mil profissionais em atividade.
A escolha dos projetos foi feita por meio de editais de chamamento público de ampla concorrência, que contemplava municípios que não ofereciam formação médica e Instituições de Ensino Superior (IES) instaladas nessas cidades. Na seleção dos municípios, além da inexistência de curso no local, foram exigidos requisitos baseados na proporção de vagas e médicos por habitante e tamanho da população atendida, entre outros critérios.
Já a análise das propostas das instituições de ensino superior levou em consideração o projeto pedagógico do curso, a infraestrutura da unidade que vai abrigá-lo, o vínculo com o município para utilização de unidades hospitalares, a capacidade econômico-financeira da mantenedora e sua regularidade jurídica e fiscal. Foram 215 instituições inscritas em todo o país - nove somente no município de Contagem - e, dessas, 37 foram selecionadas. No ranking classificatório, os campi Contagem e Poços de Caldas obtiveram o segundo e o terceiro lugares, respectivamente, entre todas as concorrentes.