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Newsletter da Pró-reitoria Adjunta de Betim

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais | Junho/Julho de 2015 - nº 8

Reforma política e corrupção no país: pautas de debates na PUC Minas em Betim

Foto: Assessoria de Comunicação
Promotor de Justiça Edson Resende, um dos líderes nacionais da Coalização pela Reforma Política e Eleições Limpas
Promotor de Justiça Edson Resende, um dos líderes nacionais
da Coalização pela Reforma Política e Eleições Limpas

O primeiro semestre foi marcado por debates importantes para a comunidade acadêmica do campus Betim. Duas palestras sobre reforma política e corrupção no Brasil, marcaram o mês de maio. O promotor de justiça Edson Resende, que também é professor da PUC Minas, e é um dos líderes nacionais da Coalização pela Reforma Política e Eleições Limpas, que congrega mais de cem entidades da sociedade civil, sob a liderança da CNBB, OAB e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, foi um dos convidados para os debates que receberam mais de 300 pessoas, no auditório do campus.

O pró-reitor Adjunto da PUC Minas em Betim, professor Eugenio Batista Leite, destacou a importância de envolver os estudantes no debate.  “Trazer temas contemporâneos para a academia não responde, mas faz mais do que isso, levanta questões fundamentais sobre nosso cotidiano, e que muitas vezes não são compreendidas pela maioria, pois a política está presente em todos os aspectos da vida, embora muitos digam que não gostem”, afirmou.  Para o promotor Edson Resende, “a discussão sobre reforma política e corrupção não pertence somente aos professores e estudantes de Direito. É um tema que interfere na vida de todos os cidadãos, independentemente da ocupação profissional, pois a atividade política é fundamental em todas as áreas da vida”, disse durante sua palestra. 

Ainda no mesmo mês, o campus recebeu o secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania de Minas Gerais Nilmário Miranda, e o sociólogo e cientista político Rudá Ricci, para aula aberta, promovida pelo curso de Psicologia, para também debater a reforma política e corrupção.  

Para Rudá Ricci, a reforma política Reforma politica caracteriza-se por ser a reforma do estado. “Isso inclui os partidos políticos. Temos que arejar o sistema de representação política brasileiro. A população na rua é um sintoma de a representação política falhou e a reforma pode representar o fim da corrupção.” Para o secretário Nilmário Miranda, do ponto de vista dos políticos, a reforma é uma conquista do povo brasileiro, ao lembrar que mulheres, por exemplo, já foram impedidas de votar. “As ações que direcionam a política e a vida dos cidadãos brasileiros não podem ser pautadas por partidos, bancadas ou empresas, o que é um retrocesso”, pontua.

As principais mudanças propostas pela reforma são: a proibição do financiamento privado e a instauração do financiamento democrático de campanha eleitoral; adoção do sistema eleitoral do voto dado em listas pré-ordenadas, democraticamente formadas pelos partidos, e submetidas a dois turnos de votação; regulamentação dos instrumentos da democracia participativa, previstos na Constituição; criação de instrumentos eficazes voltados aos segmentos sub-representados da população, como os afrodescendentes e indígenas.

O evento contou ainda com a participação de estudantes de vários cursos, professores, funcionários e público externo. Para o estudante Alexandre Cotrim Tiago, do 6º período do Curso de Direito, do turno da manhã, que participou das duas palestras, para ser um bom profissional é importante debater e conhecer temas que fazem parte do cotidiano de todos. “Por meio destes debates o estudante pode, além de conhecer as visões da esquerda e da direita, fazer valer a cidadania e buscar melhorias para uma sociedade mais igualitária”, afirma o estudante que participa de atividades extraclasse desde o primeiro período. 


Coleta de assinaturas

Durante os eventos, a comunidade acadêmica da PUC Minas em Betim foi mobilizada para a coleta de assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular pela Reforma Política e Eleições Limpas.

O projeto de lei de iniciativa popular para Reforma Política é uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da qual o reitor da PUC Minas é presidente da comissão para Reforma Política; do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE); da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e de mais de cem entidades, dando origem à Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas.

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