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O tráfico humano é um problema social que afeta, principalmente, os mais pobres. A Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema Fraternidade e Tráfico Humano e o lema É para a Liberdade que Cristo nos Libertou (GL 5,1), é um convite da Igreja Católica para refletirmos sobre essa temática. Afinal de contas, esse é um grave problema, de escala global, que diz respeito a toda a sociedade, principalmente nós que fazemos parte de uma instituição de ensino católica, comprometida com os valores humanos e a educação transformadora.
Ao pararmos para analisar, verificaremos que há uma estreita ligação entre as deficiências na educação, a pobreza e a desigualdade social. Esse é o caminho perverso para que as pessoas entrem em situação de vulnerabilidade, colocando-as sujeitas às mais diversas formas de agressão e desrespeito: entre elas o trabalho análogo ao de escravo, a prostituição, a adoção ilegal e o tráfico de órgãos.
No lançamento da Campanha da Fraternidade em nossa unidade, Dom Luiz Gonzaga Fechio, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, foi enfático ao dizer: “Não podemos aceitar a mercantilização da vida. Não podemos aceitar essa palavra comércio”. E o pior de tudo é que, de acordo com ele, muitas vezes o tráfico humano é visto como normal na cabeça das vítimas. “Isso é uma verdadeira escravidão”, afirmou.
Nesse contexto, qual o papel da nossa Universidade? Qual o nosso papel? Acredito que a educação é uma das melhores formas – senão a melhor – de inclusão social. Com ela, as pessoas são capazes de crescer cultural e intelectualmente, adotando uma postura crítica perante a sociedade. Outro viés é que, estando mais capacitadas, são capazes de melhorar significativamente a sua condição econômica, por meio de seu próprio esforço e trabalho. Assim, contribuímos para a diminuição do risco social e colaboramos para que o ser humano se afaste de situações tão deprimentes como as que já citamos.
Trilhar o caminho do bem, para muitos, não é tarefa fácil. Sem perspectivas de vida, crianças, jovens, adultos, homens e mulheres acabam seduzidos pelas benesses oferecidas por pessoas inescrupulosas, que só querem tirar proveito das mais duras situações. Mas a nossa missão de educar também é árdua. Cumpri-la, depende da nossa dedicação, todos os dias. Mas é assim que deve ser. Como bem diz o lema da Campanha da Fraternidade, “é para a liberdade que Cristo nos libertou”.
Prof. Renato Moreira Hadad Pró-reitor Adjunto da PUC Minas no Barreiro
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