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O Nesp – Núcleo de Estudos Sociopolíticos, que está vinculado à PUC Minas e à Arquidiocese de Belo Horizonte, lançou, recentemente, um relevante programa sobre as eleições de 2012. Em seu conteúdo, encontramos discussões relacionadas à participação política, fé e política, ética e política, entre outras. São dez temas, todos de excelente qualidade e importância para o povo mineiro e, por que não dizer, brasileiro.
Essa destacada iniciativa vem contribuir para a história republicana brasileira, que, na minha singela compreensão, é uma das mais ricas e complexas do mundo, seja no aspecto político/institucional, seja no social/cultural ou econômico.
Com todas as nuances de um processo longo e cheio de pedregulhos, minha convicção é de que demos saltos relevantes, ainda que, em alguns momentos, para o desconhecido. Ou, como disse Darcy Ribeiro em seu O Povo Brasileiro: a Formação e o Sentido do Brasil, “...estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, orgulhosa de si mesma. Mais alegre porque sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidade. Mais generosa, porque aberta à convivência com todas as raças e todas as culturas e porque assentada na mais bela e luminosa providência da terra...”
É nessa direção que espero do STF, que realiza neste momento um dos mais importantes julgamentos da sua história, o conhecido processo do mensalão, a possibilidade de nos dar, assim como no da Ficha Limpa, a chance de passar a limpo este maravilhoso país chamado Brasil. A democracia, a ética, a cidadania, a justiça social agradecem.
Não sonho com um país entre os primeiros em escala global. Temos muito ainda que superar. Mas precisamos, pelo menos, mitigar as nossas enormes disparidades sociais; e uma das condições para isto é que nossos eleitores melhorem seus níveis de compreensão sobre a realidade para, entre outras coisas, evitar eleger pessoas despreparadas para nos comandar; que educação/saúde/segurança deixem de fazer parte de nossas pautas apenas em períodos pré-eleitorais e – pior - com promessas mirabolantes que jamais serão cumpridas.
Nós, que ocupamos um espaço privilegiado na sociedade, o dos aproximadamente 15% da população brasileira com acesso à educação superior, temos um dever nesse processo – o dever de contribuir, de modo mais esclarecido e mais incisivo, com o processo político-eleitoral. Somos exigidos a estar do lado certo, do lado da ética, da justiça, da democracia, da sustentabilidade ambiental, do combate à miséria, do combate ao analfabetismo, entre outros.
Professor Robson dos Santos Marques Pró-reitor adjunto da PUC Minas em Contagem
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