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Newsletter da Reitoria

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais | Maio/ Junho 2020 - nº 35

Mensagem do Reitor

Vencendo desafios

Os desafios impostos a todos pela pandemia do coronavírus foram gigantescos, como bem sabemos. Em decorrência disso, reconfiguramos nossa rotina, nossos planos, nossas vidas. Nas organizações, especialmente, na área de educação, os impactos não estão sendo poucos, exigindo posturas, medidas e ações arrojadas para enfrentar e atenuar os efeitos que ainda virão dessa situação.

É preciso dizer, por justiça e justeza, que o coronavírus não parou a PUC Minas. Para preservar a saúde e a segurança da comunidade acadêmica, tomamos, logo no início da recomendação por isolamento social, a decisão de migrar todo o sistema de ensino do modo presencial para o Regime Letivo Remoto (RLR). Em curto espaço de tempo, nossos mais de 1.800 professores e 40 mil alunos de graduação, para citar apenas alguns números, distribuídos em quase 14 mil ambientes de aula (disciplinas e grupos), tiveram que readaptar suas rotinas para o ambiente on-line. O mesmo ocorreu com grande parte do nosso corpo técnico-administrativo, que passou a trabalhar no regime remoto. Desde então, nossas equipes de Tecnologia da Informação e da nossa área de ensino a distância, a PUC Minas Virtual, trabalham ininterruptamente para que a infraestrutura tecnológica e todos os serviços necessários para esse trabalho on-line estejam sempre disponíveis e possam proporcionar a melhor experiência possível para alunos, professores e funcionários.

Essa prática mostrou o que já se sabia, mas que pudemos vivenciar de um modo inesperado: o mundo contemporâneo está a exigir cada vez mais da escola. Que ela esteja sintonizada e conectada com o universo que as telas nos trazem de conteúdos, abordagens, novas linguagens, novos comportamentos e hábitos de consumo midiático, da amplificação das pessoas também como autogestoras de sua formação. Redesenhos e reconfigurações de processos que, se antes eram, em geral, muito centrados na figura do professor, agora ganham novas dimensões, dinâmicas, lógicas e que, afinal, acabam por reinventar a própria natureza entre docentes e discentes e desses com o conhecimento.

E, considerando esse contexto que nos foi imposto pelo isolamento social, não creio que seja exagero dizer que o futuro, de algum modo, foi antecipado. A escola em devir é para já. Temos que, de imediato, pensar que lugar e que dimensão e intensidade as práticas remotas de ensino terão ao serem agregadas ao ensino presencial. Como quantificar isso? Como estabelecer de um modo estratégico essa associação entre o virtual e o presencial? Porque é difícil imaginar que a escola voltará para o mesmo lugar, ou seja, a situação que vivíamos no segundo semestre de 2019, que antecedeu a explosão do coronavírus no mundo.

Quanto ao presente, tudo indica que nosso retorno ao segundo semestre de 2020 seguirá o que denominamos de Regime Presencial Contingenciado (RPC). Isso significa que a volta ao modelo presencial será gradativa e pressupõe, em linhas gerais, que as disciplinas práticas devam se dar, logo que possível, de modo presencial, garantidas as regras de distanciamento social, e que as disciplinas teóricas continuarão remotas, voltando a ser presenciais numa próxima etapa de liberação das regras de distanciamento social. E tão logo nos seja permitido, a Universidade estará pronta para retomar normalmente todas as suas atividades em seus campi e unidades.

Os desafios, que já não são poucos, devem se intensificar e temos que dar a eles respostas ágeis e efetivas. A começar pelo modo como se dará esse retorno, em termos dos usos de espaços comuns, tanto de trabalho quanto de salas de aula, laboratórios, oficinas, clínicas, ginásios, auditórios e teatros. É preciso considerar que o uso coletivo presencial de espaços é uma prática comum da educação. Isso é uma riqueza da cultura educativa. O contexto da pandemia, no entanto, nos impôs revisão de muitas dessas práticas. Outra questão que exigirá de nós um enorme esforço é o enfrentamento às dificuldades impostas pela crise econômica, que já gravemente afetam a educação superior, com o risco já anunciado da acentuação da evasão de alunos.

Este semestre se encerra ainda com as incertezas sobre o fim dessa crise sanitária mundial. No entanto, temos a convicção de que, com o empenho e comprometimento já demonstrados no decorrer dos últimos meses, poderemos superar os obstáculos que se apresentarem.


                                                                                                        Professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães
                                                                 Reitor da PUC Minas e bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte


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