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Como é difícil para os jovens nos dias atuais escolherem uma profissão! É uma tarefa para a qual tenho contribuído singelamente ao participar de feiras e mostras de profissões, como a recentemente realizada pelo Colégio Santa Maria em Contagem, e, principalmente, ao acompanhar de perto o PUC Aberta, que, no núcleo universitário, se realizou neste mês de maio. Há de se enaltecer os frutos dessa iniciativa e agradecer o engajamento de cada um dos professores e funcionários envolvidos. Participaram cerca de 1.300 estudantes, que puderam acompanhar palestras de apresentação dos cursos, exposição de trabalhos em Feira dos Cursos de Graduação, oficinas e visitas guiadas em laboratórios da PUC Minas em Contagem.
O grau de dúvida, de dificuldade e de aflição dos jovens na hora da escolha profissional varia muito e, avançando na discussão deste momento na vida desses alunos do ensino médio, identifico não se tratar de uma tarefa fácil. Por isso, acredito que os jovens devem considerar alguns pontos fundamentais relacionados ao mercado de trabalho atual, como: a) as habilidades básicas, relativas aos atributos mais essenciais, como ler, escrever e calcular, até chegar ao desenvolvimento de funções cognitivas que propiciem o exercício de raciocínios mais elaborados; b) as habilidades específicas, que dizem respeito aos saberes, saber-fazer e saber-ser, exigidas por postos, profissões ou trabalhos em uma ou mais áreas correlatas; e c) as habilidades de gestão, compreendidas como aquelas relacionadas à competência de autogestão, de empreendimento, de trabalho em equipes - esta última crucial nos dias de hoje. Outro ponto que importa explorar diz respeito aos tipos de curso superior: bacharelado, licenciatura, tecnólogo, podendo ser presencial ou a distância. São escolhas que passam por questões como perfil do candidato e circunstâncias específicas de cada um, entre outras. Nossa reflexão percorre, também, uma breve exposição sobre as grandes áreas de conhecimento e, digamos assim, suas muitas ramificações: ciências agrárias, biológicas, exatas e da terra, as engenharias, as ciências da saúde, humanas e sociais etc., tudo compondo um enorme leque de possibilidades à disposição dos estudantes.
Inspirada em autores como David Harvey (A Condição Pós-moderna) e Domenico de Masi (O Futuro do Trabalho: fadiga e ócio na sociedade pós-industrial), nossa abordagem traz à tona algumas questões de relevância na atualidade, como a diminuição dos empregos formais no mundo e no Brasil; a redução das jornadas de trabalho e o desaparecimento de algumas atividades; o papel da tecnologia; as crises, a precarização e a perda de direitos dos trabalhadores; o aumento da longevidade e adiamento da saída do mercado; a relação entre escolaridade e empregabilidade... Ufa! Haja complexidade! Mas, como educador, penso que explorar o papel da educação, seja para a vida profissional, seja, em especial, para a formação da cidadania e da formação humana, é um ponto extremamente relevante.
Por tudo isso, nesses dias de escolha por parte de nossos candidatos, seja contemplando um dos oitos cursos oferecidos pela PUC Minas em Contagem, seja optando por um dos mais de 50 cursos oferecidos pela Universidade, quero a todos desejar tranquilidade e coragem para encararem os próprios desafios, esperando poder contribuir nessa caminhada. Como bem destaca Lygia Fagundes Teles (Ciranda de Pedra), “...O caminho mais curto entre dois pontos é uma reta. Mas é nos caminhos turvos (grifo nosso) que deparamos com as melhores coisas...”.
Prof. Robson dos Santos Marques Pró-reitor Adjunto da PUC Minas em Contagem
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