O Fundo de Incentivo à Pesquisa (FIP PUC Minas) financiou estudo piloto da professora do Curso de Enfermagem Juliana Ladeira Garbaccio, sobre a baixa qualificação dos profissionais do segmento de beleza e estética de Belo Horizonte, o que pode favorecer a transmissão de doenças como as hepatites B e C. Com o apoio da Fapemig, a professora concluiu a pesquisa e defendeu sua tese de doutorado sobre o tema, na UFMG, em dezembro do ano passado.
Os resultados do levantamento foram apresentados em forma de papers (pequeno artigo científico, segundo a ABNT) e de um Manual sobre Biossegurança para Manicures, Pedicures e Podólogos, publicação ilustrada entregue aos 235 salões de beleza participantes da pesquisa e em eventos científicos, além de encaminhado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A professora Juliana Garbaccio reitera a importância do estudo sobre o tema: “O segmento da beleza e estética é bastante carente de trabalhos, pesquisas e práticas educativas que, em parceria com outras entidades de saúde pode-se propor ações no sentido de capacitar e sensibilizar os profissionais da área”.
Conheça alguns dos resultados da pesquisa:
- constatou-se um desconhecimento de profissionais sobre biossegurança em relação ao descarte de materiais perfurocortantes, condutas após acidentes com material biológico, mecanismos de transmissão microbiana e o reprocessamento de materiais;
- Adesão à higienização das mãos entre o atendimento aos clientes foi considerada frágil, apesar de as entrevistadas terem reconhecido a importância do procedimento;
- Baixa adesão com relação aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), uniforme como jaleco, avental e uso de sapatos fechados e o descarte de material perfurocortante em local apropriado;
- A conduta das profissionais após os acidentes com material perfurocortante (sendo o alicate de cutícula o principal instrumento causador de lesões) foi na maior parte incorreta, favorecendo a transmissão de micro-organismos potencialmente encontrados no sangue, em especial os vírus das hepatites B, C e o HIV;
- Apenas 38,3% das manicures e pedicures relataram cobertura vacinal completa contra hepatite B;
- Apenas 35,3% dos 235 salões visitados utilizam a autoclave - aparelho utilizado para a esterilização de materiais -, enquanto aproximadamente 70% das entrevistadas a citou como método recomendado para a esterilização dos seus artigos.
Com informações da Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem da UFMG.
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