Agenda PUC Minas no Barreiro
2 a 8 a dezembro de 2013 - Último do 2º semestre

Saúde

Curso de Enfermagem oferece atendimentos no pré-natal e pós-parto

Curso de Enfermagem oferece atendimentos no pré-natal e pós-parto

Apoio ao bem nascer

 

     São nove meses de espera e ansiedade. A chegada de um bebê transforma a vida de uma mulher e são muitos os preparativos até o nascimento. Com tantas preocupações e dúvidas, trocar experiências com outras mães pode ser uma boa ideia. É o que acontece toda primeira quinta-feira do mês, em uma roda de conversa promovida pelo Curso de Enfermagem. Mulheres que já passaram pela experiência de parto, amamentação e cuidados com a criança se reúnem para tirar as dúvidas das que ainda estão grávidas.
     Além dos grupos de conversa, as mães também podem agendar, gratuitamente, atendimentos individuais, para consulta de pré-natal ou pós-parto, e ainda atendimentos de auriculoterapia ou reflexologia. “Nós fazemos avaliação de exames laboratoriais, exame de ultrassom, exames físicos e também damos orientações sobre amamentação e planejamento familiar, tudo conforme preconizado pelo Ministério da Saúde”, explica a professora e enfermeira obstetra Míriam Rêgo de Castro Leão, coordenadora do projeto.
     Tudo começou quando, informalmente, a professora passou a prestar atendimento a amigas e parentes das alunas do Curso de Enfermagem. “Algumas diziam: ‘minha irmã está grávida – ou minha amiga está grávida –, será que você olha um exame dela? ’ E eu comecei a atender essa demanda no Ambulatório de Nutrição”. A experiência deu tão certo que a professora resolveu formalizá-la, abrindo espaço para que os alunos também participassem, ajudando nos atendimentos. “A ideia era que os alunos participassem através de Atividades Complementares de Graduação. E a demanda tanto de mulheres quanto de alunos cresceu tanto que, no segundo semestre de 2013, nós colocamos a atividade como disciplina de Estágio Obrigatório”, conta.
     A administradora Márcia Helena Pedreti, 39 anos, moradora do bairro Palmeiras, região Oeste de Belo Horizonte, participou do projeto durante duas gestações, em 2012 e 2013, e o recomenda para todas as mães. “O atendimento é excelente, bem personalizado. Quando você vai ao ginecologista, geralmente são apenas 15 minutos de consulta. Já na PUC a consulta dura mais de uma hora e você pode tirar todas as dúvidas”, elogia. Márcia ainda enaltece o cuidado da professora e dos alunos com as gestantes. “A Míriam passa o número do celular dela para todas as mães e nós podemos ligar a qualquer hora. Quando entrei em trabalho de parto, liguei e na mesma hora ela foi me encontrar no hospital, junto com duas alunas. Esse atendimento é bem diferenciado mesmo”. Ela também reconhece a importância das rodas de conversa, durante e depois das gestações. “Nas rodas de conversa também tiramos dúvidas, principalmente sobre amamentação, a hora do parto, como funciona o parto normal. Participei quando ainda estava grávida e, depois do parto, para ajudar as outras mães. Foi muito bom”.
     Quanto aos pais, a professora elogia a participação dos homens nas consultas. “Às vezes é difícil os pais virem porque atendemos em um horário comercial, em que muitos estão trabalhando. Mas é ótimo quando eles participam, porque entendem melhor as dificuldades das mães, tiram dúvidas e dão mais apoio”, conta.
     De fevereiro de 2012 a junho de 2013, foram feitas 93 consultas de pré-natal, sete consultas pós-parto e oito atendimentos em grupo, com média de seis atendimentos individuais por semana.
     Para a professora Míriam, essa é uma ótima oportunidade para que os alunos exercitem a profissão, já que muitas mulheres atendidas ainda têm dúvidas e esclarecê-las é um ótimo exercício para quem está começando.  É o que também conta a aluna do 8º período de Enfermagem, Natália Patrício Soares. “É muito interessante a experiência desse estágio, porque ele nos dá a oportunidade de acompanhar a gestante aos poucos e isso nos faz criar um vínculo com ela. Temos também autonomia para pedir exames de rotina e ultrassom, além de esclarecer dúvidas e dar orientações. Tudo o que a professora ensina em sala de aula nós temos a oportunidade de praticar aqui”, elogia a aluna, que pretende fazer pós-graduação em obstetrícia.

Tratamentos alternativos

     Além dos atendimentos pré-natais e pós-parto, as mães também podem optar pelos atendimentos de auriculoterapia ou reflexologia, ambos oferecidos pelo projeto. São tratamentos alternativos para evitar que as grávidas tomem muitos medicamentos, segundo a professora Míriam. A auriculoterapia utiliza pontos de acupuntura na orelha para tratamento de desconfortos comuns da gravidez, como dor de cabeça, azia, enjoo e náusea. Já a reflexologia é um tratamento de massagem nos pés que, feita em determinados pontos, estimula os órgãos do corpo e alivia dores e cansaço.

Alimentação e amamentação

     De acordo com a professora Míriam, as mães costumam ter muitas dúvidas sobre alimentação e amamentação. Quanto à alimentação no período de gestação, a mulher deve comer em intervalos curtos e em menores quantidades, incluindo alimentos de mais fácil digestão e evitando frituras, produtos industrializados, dando preferência às verduras, frutas e legumes.
     Seguindo as orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), a professora ensina às pacientes que o ideal é que a amamentação seja exclusiva ao seio dos quatro aos seis meses, dependendo do retorno da mãe ao trabalho. Além disso, ela deve ser em livre demanda, sem horário certo, até que o bebê faça seu próprio horário. Nesse período, não há necessidade de o bebê tomar água ou chá. Já a mãe pode comer de tudo, evitando os excessos.
     Caso a mãe perceba que o bebê não está engordando ou que a produção do leite está baixa, é necessário identificar o porquê dessa falta. “Nos atendimentos procuramos saber se a mãe está com uma boa produção do leite e se o bebê está satisfeito. Caso a resposta seja negativa, tentamos incrementar a produção com técnicas de complementação”, explica. Uma dessas técnicas é chamada translactação. Uma sonda é colocada no bico do peito onde o bebê mama, para que, dessa maneira, receba o leite artificial. A sucção do bebê é um estímulo para a produção, fazendo com que, um tempo depois, a mãe já possa amamentar normalmente.

Métodos naturais

    
Cesariana ou parto normal? A dor do parto é temida por muitas mulheres, o que diversas vezes as faz escolher a cesariana ao invés do método natural. Porém, a orientação da professora Míriam é de que a cesariana só aconteça se houver indicação médica. Para que a mãe não sinta tanta dor, além da anestesia peridural, alguns métodos naturais podem ajudar no parto, como o uso de água, banho de chuveiro, massagens na região lombar e técnicas de respiração. “É uma experiência bonita, transformadora, fortalecedora. Nós precisamos resgatar nas mulheres a capacidade de lidar com o medo e a dor”, pondera.
     A cesariana só é indicada em casos específicos como, por exemplo, quando a placenta está mal posicionada e obstrui a passagem do bebê. Outro caso é quando a oxigenação da criança está inadequada, o que acontece geralmente em gestações de alto risco, com mulheres que tem hipertensão ou diabetes. “Mesmo as mulheres com gestação de alto risco podem tentar o parto normal, desde que o bebê esteja bem”, conclui.
     Depois do parto também é importante acompanhar a saúde da mãe e do recém nascido. É indicado que nos primeiros meses a mulher tenha ajuda de alguém que cuide da casa e de outros afazeres, para que ela fique por conta do bebê e possa descansar nos momentos em que ele estiver dormindo. “Amamentar exige muita disponibilidade, por isso é necessária a licença maternidade. Evitar o cansaço físico é muito importante, porque o estresse emocional da mãe pode acabar atrapalhando o processo de amamentação”, esclarece a professora. 

Mitos da gravidez

•Proibido pintar o cabelo

No período de gestação a mulher fica mais sensível a alergias, sendo melhor evitar alguns produtos químicos como amônia, por exemplo. Como não existe estudo que comprove o risco associado à pintura de cabelo, a orientação é evitar, mas não é proibido.

•Comer em dobro

Muitas mães acreditam que podem engordar no máximo 9 kg, um para cada mês. Na verdade, o ganho de peso vai depender da classificação nutricional de cada mulher. Uma tabela do Ministério da Saúde indica o ganho de peso para quem é baixo peso, para quem tem o peso adequado, para quem está com sobrepeso ou para quem é obeso. Se a mulher é baixo peso, terá uma faixa maior de ganho de peso do que a mulher obesa, que terá menos.

•Proibido fazer exercícios físicos

Não existe contra-indicação. A orientação é que, se a mulher já fazia alguma atividade física antes da gravidez, ela continue essa atividade, evitando algo novo, principalmente se demandar mais esforço, como a musculação. Caso a mulher nunca tenha feito exercícios antes da gravidez, e queira começar durante a gestação, o ideal é que ela faça algo leve, como caminhada, hidroginástica ou yoga. Atividades como yoga ajudam a mãe a relaxar e controlar a respiração, o que é essencial para lidar com a dor na hora do parto.

•Amamentação não emagrece

A amamentação corresponde a um gasto de aproximadamente 800 calorias por dia. Então, ajuda sim a emagrecer.

Fonte: Professora Míriam Rêgo.

Serviço:

Inscrições:
pelo telefone 3328-9543 ou diretamente na Clínica de Nutrição (Av. Afonso Vaz de Melo, 1.200, prédio 5, sala 111, Barreiro de Baixo, Belo Horizonte), das 7h às 17h e das 18h às 20h.

Mais informações: 3328-9543 ou  clinicanutricao.bar@pucminas.br.



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