Encontro de extensionistas de 1970
O reencontro dos participantes do projeto de extensão Campus Avançado, da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA), da década de 1970, que aconteceu na cidade de Araçuaí, região do Vale do Jequitinhonha, ocorreu por meio de uma roda de conversa virtual no último dia 1º de maio, pela plataforma Zoom. A ação foi promovida pela coordenadora do Centro de Extensão da Comunicação - CEC, professora Sandra Freitas, para comemorar os 50 anos da FCA, que desde a sua criação tem a extensão como um de seus pilares fundamentais.
Os antigos membros do projeto puderam relembrar a trajetória que tiveram durante a extensão e as diversas histórias que vivenciaram. Entre os ex-extensionistas que participaram da conversa, estavam presentes o ilustre jornalista Chico Pinheiro, Tereza Cristina Soares (conhecida como Tê Cris), Mara Vanessa, Geralda Chaves Soares, Mara Borges, Maria Helena, João Bosco Ferreira (Bosquinho) e Antônio Esteves Guedes (Baim). O Campus Avançado foi implantado no Vale do Jequitinhonha, como extensão da PUC Minas, com o objetivo de promover o desenvolvimento social, econômico e cultural da região, com a participação da comunidade e dos estudantes.
Durante a conversa, o grupo relembrou sobre o período da década de 1970, marcado pela ditadura militar, e os desafios da extensão durante essa época. Além das ações comunitárias desenvolvidas em Araçuaí, os antigos extensionistas criaram um vínculo de amizade e carinho com os moradores da cidade, como relembrou Baim, destacando as cantigas da região, que aprendeu enquanto esteve no campus. Os estudantes também contribuíram para a criação de uma associação comunitária dos artesãos locais, que buscava a valorização dos artistas, e produziram um audiovisual chamado Nós Precisamos Valorizar nós Mesmos, que destaca a rica cultura da região, a exibição reunia toda população da cidade em uma praça.
As ex-alunas Tê Cris e Mara Vanessa relembraram uma experiência direta com as restrições da ditadura, um choque de realidade que aconteceu no decorrer do projeto, a censura. Na ocasião, elas tinham escrito uma história que foi queimada pelos militares, pois o conteúdo poderia chamar muita atenção e despertar manifestações contra a censura imposta. Apesar de ser um período sombrio, os participantes da extensão em Araçuaí, destacam a riqueza cultural do Jequitinhonha, das cantigas e das peças dos artistas locais, que contribuíram para o desenvolvimento da região, além do acolhimento da população com os estudantes.
Foi por meio das memórias do que vivenciaram em Araçuaí que os ex-alunos do projeto de extensão pontuam ter adquirido grandes aprendizados da atividade extensionista, que foram importantes para a formação acadêmica de cada um. O momento também foi um reencontro entre eles, no ano em que a FCA completa 50 anos. “A turma da década de 1970 foi presenteada com essa roda de conversa, que permitiu aos colegas se reconectarem e lembrar a importância do programa de extensão para a comunidade e estudantes. Que os novos alunos da Faculdade de Comunicação e Artes possam continuar esse trabalho de campo e criar novas histórias e memórias da extensão universitária”, explica a professora Sandra Freitas.
