Agenda PUC Minas em Betim
Número 89 | 28 de agosto a 4 de setembro

Exposição

A memória da PUC Minas

 

Do vestuário à alimentação, passando pelo mundo do lazer, do trabalho e do estudo, o homem sempre produziu objetos, coisas de seu uso. Aquilo que lhe permite dominar, organizar, facilitar, acelerar a vida... Coisas tão belas, sofisticadas e simples. Ou inicialmente sofisticadas e depois simples, por se tornarem comuns. Corriqueiras no dia a dia, nem sempre recebem a devida atenção de nossos olhares. Caem na obviedade. E, talvez por isso, os estudos mais sistematizados acerca do papel social que desempenham sejam recentes. Ainda que a ideia de cultura material esteja, de algum modo, presente nas reflexões das ciências humanas, com raízes teóricas na antropologia, paleontologia, arqueologia e sociologia, o conceito carece de formulação precisa. Certo que é dada a necessidade do homem em evidenciar a importância do que produz, as discussões sobre a noção vêm ocupando lugar de destaque, principalmente a partir da segunda metade do século XX. Além disso, realizações que procuram demonstrar a função sígnica dos utensílios e das técnicas, para as práticas cotidianas, acabam por esboçar a concepção. Ou seja, o fazer precede a definição.

 

É nesse quadro de recuperação dos sentidos dos diferentes instrumentos na e para a história que se insere a exposição A poesia dos objetos: a memória da PUC Minas e sua materialidade. Iniciativa pioneira, o trabalho visa recuperar dimensões da trajetória da instituição, evidenciando as singularidades dos diversos espaços que a compõem. Para tanto, busca rememorar o gestual e o ritual, por meio de utensílios que fazem parte de sua memória. Fosse nos laboratórios e nas salas dos cursos de graduação, nos locais de lazer e de entretenimento ou nos ambientes administrativos, o concreto interferia nos comportamentos, contribuindo para o delineamento das identidades sociais. Dos relógios de ponto aos computadores, os objetos acabam por demonstrar as formas de constituição do sujeito. Interagem com ambientes e pessoas, evocam e reconstroem saberes e hábitos e, por que não dizer, transformam-se em pontos de referência, verdadeiro refúgio de nossas lembranças.

 

Sílvia Rachi

Curadora da exposição

 

Outras informações: (31) 3319-4383