Como Enfermeira, docente do curso de graduação em Enfermagem, da pós-graduação e também como usuária e defensora do Sistema Único de Saúde (SUS) entendo que primeiramente faz-se necessário dizer que este ano o  SUS completa 32 anos. O SUS é  sem dúvidas  um dos mais complexos e completos sistemas de saúde do mundo. Através do nosso Sistema Único de Saúde é garantido o acesso universal, integral e gratuito desde a atenção primária à saúde, até procedimentos mais complexos, como por exemplo, os transplantes e os tratamentos oncológicos. Nesse momento de pandemia, é importante destacar que graças à capilaridade dos SUS (característica da atenção básica executada pelos municípios) será possível a vacinação contra à covid-19 – quando tivermos uma vacina confiável e autorizada pela Anvisa. É Importante ressaltar também que um dos programas que compõe o SUS é o Programa Nacional de Imunização (PNI), que é referência internacional de politica pública de saúde.  Através deste programa, toda a população brasileira tem acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde.

Desde sua criação há 47 anos, o SUS visa a inclusão social da população brasileira sem distinção de qualquer natureza e a disponibilização de todas as vacinas. Para mim, o Brasil possui um dos melhores programas de vacinação do mundo e o conhecimento técnico, operacional e logístico será fundamental para mais uma campanha de vacinação em todo país – desta vez contra a covid-19.

Ordem de prioridade para a vacina

Inicialmente serão vacinadas as pessoas que possuem  prioridade, tais como os pacientes que em caso de contaminação são susceptíveis à complicações em decorrência a idade ou a patologia de base, bem como profissionais na linha de frente do covid, aqueles os quais não podem parar de trabalhar, pois o produto do trabalho é indipensável para manutenção da vida coletiva. Neste contexto, acredito que o grande exemplo que o Brasil passa para o mundo é o de disponibilizar a vacinação em massa como uma das ações propostas pelo SUS de forma universal sem distinções. Trata-se de um grande modelo de atenção à saúde pública.

 

Professora Mônica Chaves, enfermeira. 

Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da UFMG, Especialista em Enfermagem do Trabalho pelo IEC PUC Minas, Especialista em Enfermagem na Assistência do Portador de Lesões pelo IEC PUC Minas, Especialista em Enfermagem Forense pela Faculdade Cristo Rei, Perita Forense, Profa do Departamento de Enfermagem, membro da Unidade de Processo Ético do Coren-MG

 

CONHEÇA OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO SUS:

 

UNIVERSALIZAÇÃO: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação ou outras características sociais ou pessoais.

EQUIDADE: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.

INTEGRALIDADE: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.